Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
A pré-eleição em Fortaleza tem um personagem que se movimenta com intensidade: Capitão Wagner (Pros). Tem um grupo que está no poder e terá candidato competitivo pela própria condição. E há os que tentam romper essa polarização. Heitor Férrer (Solidariedade) tenta ocupar o espaço que ganhou em 2012 e não conseguiu manter em 2016. O Psol marcará sua posição - em 2012, Renato Roseno teve expressivos 11,8% dos votos. O PSDB ensaia lançar Carlos Matos. O Novo tem Geraldo Luciano como nome. E há o PT, com Luizianne Lins como nome mais provável.
Na eleição passada, Luizianne disputou e ficou no terceiro lugar. Não seria ruim, fora o fato de que ela foi prefeita duas vezes e ficou distante de brigar por um lugar no segundo turno. Para 2020, porém, o PT acredita que o cenário será diferente da eleição passada. E conta com uma arma principal: Jair Bolsonaro (PSL).
O fator Bolsonaro na eleição em Fortaleza
As últimas eleições municipais ocorreram em meio ao processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT). O resultado não foi ruim para o PT só em Fortaleza, como no Brasil inteiro. Fernando Haddad (PT), que foi para o segundo turno contra Bolsonaro em 2018, foi derrotado de forma contundente na tentativa de reeleição na Prefeitura de São Paulo. E assim foi no Brasil inteiro.
Deputado federal e petista com mais trânsito no comando nacional, José Guimarães acredita que o momento é outro. Aquele era o auge do desgaste petista. Com o impopular governo Michel Temer (MDB), a imagem do partido melhorou - isso apontam as pesquisas e os resultados eleitorais de 2018. Com Bolsonaro, acredita Guimarães, a situação do PT segue melhorando. Sobretudo no Nordeste.
Guimarães afirma que não há qualquer dúvida sobre o PT ter candidato próprio em Fortaleza. E ele afirma qual será a grande arma do partido nas eleições no Ceará - em Fortaleza e ainda mais pelo Interior: vincular as candidaturas adversárias a Bolsonaro.
O partido aposta que, sobretudo no Interior, o desbaste de Bolsonaro seja grande, assim como segue forte a presença de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em Fortaleza, a rejeição a Bolsonaro é bem menor - vide o resultado eleitoral. Mas, ainda assim, há uma inclinação progressista do eleitor.
Segundo Guimarães, o PT apostará no Ceará em três cabos eleitorais: Lula, o governador Camilo Santana e no desgaste de Bolsonaro.
O primeiro e o último, tudo bem. O segundo é a incógnita quanto ao envolvimento em Fortaleza.
O futuro partido de Bolsonaro
O PSL está em pé de guerra entre a burocracia da legenda e Jair Bolsonaro. Para o presidente, aliás, o PSL não significa coisa nenhuma. Filiou-se no ano passado. Pode sair amanhã sem nenhuma dor.
Bolsonaro sempre teve atuação solo, ao estilo partido do eu sozinho. Passou décadas no PP e votava contra o partido sem cerimônia.
O partido de Bolsonaro é o bolsonarismo, campo político que ele alimenta com as posturas de enfrentamento. Seus dias no PSL parecem contados. A interrogação é em qual partido o bolsonarismo encontrará abrigo. Será automaticamente candidato a novo maior partido do Brasil.
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