Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
No último domingo, o jornalista Alan Neto disse que, caso não vingue a candidatura de Samuel Dias nem de Sarto Nogueira (PDT) a prefeito de Fortaleza, a base governista irá de Izolda Cela. Muita gente aposta em Cid Gomes (PDT) como alternativa governista. Porém, em círculos com acessos a informações mais restritas, a opção Izolda surge com mais frequência.
Izolda não é o primeiro nome. Mas é um nome. Gente com acesso muito próximo aos Ferreira Gomes diz que ela esteve muito perto de ser candidata a governadora em 2014. Ela estava na iminência de ser confirmada candidata. Ivo Gomes teria conseguido convencer Cid. Porém, havia dois motivos para o nome ser do PT naquela ocasião:
1) Havia acordo entre Eunício Oliveira (MDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Se o candidato fosse de qualquer outro partido, era grande a chance de Lula fazer campanha para Eunício. E ele provavelmente teria virado governador.
2) Os Ferreira Gomes não queriam José Guimarães candidato a senador. Achavam que, pelo conhecido caso do assessor com dólares na cueca, ele atrapalharia a chapa. O candidato do PT a senador poderia ser outro. Mesmo o nome de Luizianne Lins (PT) foi posto na mesa para concorrer o Senado, conforme uma fonte. E os Ferreira Gomes topavam. Porém, Guimarães estava irredutível.
Esses dois motivos levaram à escolha de um petista. Neutralizava Lula e Guimarães ao mesmo tempo. No PT, a única opção dos Ferreira Gomes para governador era Camilo Santana (PT). Assim ele chegou ao Palácio da Abolição, em decisão na véspera da convenção, anunciado enquanto ocorria jogo da Copa do Mundo.
Izolda virou vice-governadora. Tem prestígio, fez bom trabalho na educação. É qualificada e tem a confiança dos Ferreira Gomes. Porém, nunca mergulhou na linha de frente das articulações políticas mais pesadas. Não é a primeira da fila, mas tem senha na lista de espera. Relembro a história de 2014 para mostrar que ela está na lista para posições ainda mais importantes no grupo há bastante tempo.
O fator Cid
Muita gente não acredita quando Cid Gomes (PDT) diz que não será candidato a prefeito de Fortaleza de jeito maneira. Ele tem sido cada vez mais enfático sobre isso. Na última vez, falou: "Eu não serei candidato, pode ter certeza disso, eu nunca fui de duas palavras, eu não serei mais candidato a nada, eu tenho um mandato conferido pelo povo cearense que me coloca na responsabilidade até 2026, como eu vou pensar em ser candidato?"
É bem contundente. Mas as pessoas acham que ele será candidato por olharem na base governista e não enxergarem ninguém com perspectiva, hoje, de vencer o Capitão Wagner (Pros). Do tempo que acompanho Cid na política, não é mesmo do feitio dele ser tão absoluto nesses termos e depois se lançar na disputa com a cara mais lisa.
De todo modo, a especulação sobre a candidatura dele seguirá até abril, quando se encerra o prazo para transferir o título de Sobral para Fortaleza. Se mudar o domicílio, já viu. Particularmente, ficarei surpreso.
Vazamento que se investiga e que não se investiga
A Lava Jato, a todo instante, teve vazamento de informações, de teor de depoimentos sigilosos, de listas de pagamentos de empreiteiros a políticos. Nunca soube de investigação sobre quem vazou, muito menos de punição a jornalista que publicou.
O problema não parece ser a forma de obter a informação ou a divulgação de algo ilícito. O problema é a serventia da informação tornada pública.
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