Logo O POVO+
Gatilhos mentais e consumo
Foto de Gal Kury
clique para exibir bio do colunista

Professora em MBAs de Marketing do IBMEC Business School e da Unifor. Consultora na Gal Kury Marketing & Branding.

Gal Kury opinião

Gatilhos mentais e consumo

De fato, o impulso que temos de comprar por comprar, sem o mínimo de coerência nos leva a refletir sobre o quanto somos influenciados por gatilhos mentais e pela propaganda
Tipo Opinião
Gal Kury, consultora de marketing e professora universitária (Foto: Acervo pessoal)
Foto: Acervo pessoal Gal Kury, consultora de marketing e professora universitária

Desde a primeira década do século XX, quando os varejistas norte-americanos começaram a criar suas datas comemorativas fixas, como o Dia da Mães, um calendário promocional bem definido vem sendo uma ferramenta estratégica que ajuda o mercado a se preparar para oportunidades, atender às expectativas dos consumidores e permanecer competitivo. A ideia de planejar ações promocionais com antecedência, alinhando-as às metas e objetivos estratégicos do negócio, pode trazer uma visão clara do que está por vir e permite uma melhor organização das campanhas, garantindo que haja estoque suficiente, pessoal adequado e infraestrutura para lidar com o aumento nas atividades comerciais.

Os consumidores por sua vez aguardam ansiosos por promoções específicas em determinadas épocas do ano, o que pode aumentar o engajamento e as vendas além de gerar uma experiência de compra mais envolvente. Como nesta semana, aliás, durante o mês de novembro como um todo, com o apelo da Black Friday, data importada dos Estados Unidos, e que movimenta bilhões de reais aqui no Brasil. "Tenho eu aproveitar agora! Vai acabar, somente hoje...", estão entre os poderosos gatilhos mentais utilizados para atrair a atenção, gerar interesse e motivar as pessoas a tomar determinadas ações.

Os principais gatilhos utilizados em uma data como esta - escassez, urgência e aversão à perda -, incentivam compras rápidas, por impulso, sem deixar muito tempo para ponderações e escolhas.

Para os defensores e simpatizantes do "lowsumerism" - uma combinação das palavras "low" (baixo) e "consumerism" (consumismo) - que traz uma abordagem mais minimalista para o consumo, na qual as pessoas buscam ter menos coisas, mas de maior qualidade e significado, a cultura do consumismo desenfreado soa extremamente insensata. E, de fato, comprar por comprar, sem o mínimo de coerência nos leva a refletir sobre o quanto somos influenciados por gatilhos mentais e pela propaganda. Blindar os impulsos consumistas diante das tentações que chegam por todos os lados, é tarefa cada vez mais difícil.

 

Foto do Gal Kury

Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?