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Novo Fundeb será aprovado, apesar de Bolsonaro
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Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).

Novo Fundeb será aprovado, apesar de Bolsonaro

Tipo Opinião

Caso se repita na próxima quinta-feira, dia 20, o nível de mobilização registrado em 21 de julho último, as redes sociais terão uma nova chance de mostrar que nem só de ódio e fake news vivem e que também podem ser utilizadas para boas causas.

Está acertada para a data, enfim, a votação do texto da proposta de emenda constitucional (PEC) que torna permanente o Fundo de Desenvolvimento e Valorização dos Profissionais da Educação, o popular Fundeb, nos termos do que já foi aprovado pela Câmara. Aliás, é o exemplo do que aconteceu antes entre os deputados que impulsiona o encaminhamento da matéria entre os senadores.

Parece incrível que o governo brasileiro, este comandado por Jair Bolsonaro (sem partido), tenha virado as costas para o assunto e optado por tratá-lo, desde o começo, com um inexplicável desprezo. Sabia-se, desde sempre, que o debate sobre o Fundeb precisava ter sido feito lá atrás, em ambiente de maior serenidade e com tempo para se discutir prós e contras de detalhes da proposta que estivesse em discussão.

O assunto, como ficou demonstrado, é dos poucos com força de gerar uma quase unanimidade numa casa política marcada por divergentes e divergências. Pois o Ministério da Educação, especialmente na fase localizada entre o incompreensível Ricardo Vélez e o injustificável Abraham Weintraub, arrastou-se desde 2019 em manifestações protocolares acerca do tema, quase que para se livrar dele.

Ficou de apresentar uma proposta e não o fez, merecendo a resposta que lhe deu a Câmara ao tomar a iniciativa de pautar o assunto, produzir um texto, levá-lo a plenário e obrigar o Executivo a, de última hora, correr à negociação.

A sociedade terá o novo Fundeb, prestes a ter votação concluída no Congresso, apesar do governo Bolsonaro, essa é a verdade indiscutível, por mais que o discurso oficial tente enganar com uma versão contrária, até falando do que aconteceu na Câmara como uma vitória da sua articulação.

Os 22 votos (de 22 possíveis) da bancada cearense na Câmara pelo texto aprovado indicam o tamanho do êxito da inédita (e eficiente) pressão feita por entidades e pessoas da militância educacional. Movimento que nasceu do espanto com o silêncio oficial enquanto o prazo-limite de 31 de dezembro se aproximava, tendo no trajeto, ainda, um paralisador calendário eleitoral. Isso, sem considerar que surgiria uma pandemia no meio do caminho.

O andar da carruagem indica que o Ceará voltará a contribuir com a totalidade dos seus três votos na apreciação a ser feita pelo Senado. O que muda é o grau de sensibilidade para a matéria, maior ou menor, de Cid Gomes (PDT), Tasso Jereissati (PSDB) e Eduardo Girão (Podemos). Mais ou menos nessa ordem.

Os interessados são cinco

As ruas e esquinas de Tauá discutem política e eleição onde houver gente reunida nesses tempos de pandemia. Conversas, inclusive aquelas que acontecem longe das ruas, especialmente na agitação das redes sociais, que lá no começo indicavam a possibilidade de cinco candidaturas à sucessão do atual prefeito, Fred Rego (DEM), ele próprio incluído nas listas que circulam de interessados em disputar.

Os cinco devem virar dois

Submetida a crivo mais rigoroso e um olho crítico local que percebe melhor os detalhes, o quadro afunila para uma briga real entre apenas duas opções: a do grupo de Domingos Filho (PSD), representado pela atual deputada (e ex-prefeita) Patrícia Aguiar, e a liderada pelo deputado estadual Audic Mota (PSB), que deve ir à luta com o vereador, e irmão dele, Doutor Edyr. O isolamento do atual prefeito reduz mais suas chances a cada dia.

"Vereadores" querem palanque

Está boa a discussão entre os pré-candidatos do PSDB à Câmara Municipal de Fortaleza sobre a melhor posição a adotar quanto à disputa majoritária. A maioria entre os 38 selecionados quer o palanque próprio de Carlos Matos, que lhes será fundamental para garantir exposição para suas próprias campanhas. O cálculo é que isso facilitará o plano de eleger dois deles, o que se imagina possível com cerca de 55 mil votos somados.

Um risco no mapa de Camilo

O governador Camilo Santana precisa riscar Iguatu do seu mapa de viagens nos próximos meses, mesmo que a pandemia ceda ainda durante o período eleitoral, porque a confusão política lá na definição do quadro de candidaturas faz Fortaleza parecer, na comparação, uma ilha de tranquilidade. São três chapas sendo montadas, todas elas vinculadas a aliados do Abolição, que, entre si, quebram o pau.

Cada aliado no seu galho

O atual prefeito, Edinaldo Lavor, tenta novo mandato pelo PSD com apoio do grupo do ex-deputado Domingos Filho. Agenor Neto, ex-prefeito duas vezes e hoje com cadeira no lado governista da Assembleia, vai à luta pelo MDB, enquanto o grupo da ex-deputada Miriam Sobreira arma um terceiro palanque, a ser liderado por ela ou pelo filho, Marcos, que hoje apoia Camilo no parlamento. Temperatura está alta e vai subir mais.

À espera do PSL, dentre outros

Heitor Freire movimenta-se firme para sair candidato em Fortaleza, pelo PSL que preside no Ceará, mas o Capitão Wagner, do Pros, põe fé de que no final prevalecerá a conversa com a cúpula nacional que lhe garantiu apoio já no primeiro turno. Aliás, figuras próximas a ele (Wagner) acreditam ser possível anunciar nos próximos dias a adesão de mais uma sigla "tomada" do largo bloco que hoje está com o prefeito Roberto Cláudio.

 

Foto do Guálter George

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