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Interesse pode até ter, a candidatura é que não
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Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).

Interesse pode até ter, a candidatura é que não

Em novembro, após pouco mais de dois anos de investigação, Flávio foi denunciado pelo Ministério Público do Rio, ao lado de outras 16 pessoas, por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa (Foto: Reprodução/Twitter)
Foto: Reprodução/Twitter Em novembro, após pouco mais de dois anos de investigação, Flávio foi denunciado pelo Ministério Público do Rio, ao lado de outras 16 pessoas, por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa

"O MP do Rio comete série de erros bizarros em sua “denúncia”, às vésperas da eleições municipais....." Pois é, o senador Flávio Bolsonaro começa sua nota oficial sobre a denúncia apresentada contra ele pelo Ministério Público do Rio de Janeiro questionando o momento em que ela foi tornada pública e insinuando interesses políticos como motivação real.

Enquanto isso, seus amigos e aliados de Fortaleza tripudiam de adversários que levantam dúvidas sobre operação realizada ontem pela Polícia Federal contra a prefeitura, exatamente argumentando que um dos seus objetivos seria interferir no processo eleitoral.

Antes mesmo de entrar no mérito da acusação e defender-se dela, o que até fizeram, também.

Aliás, o episódio já está sendo exaustivamente explorado nos programas partidários do Capitão Wagner, do Pros, o candidato do presidente Bolsonaro em Fortaleza.

Neste caso, nem aí para o momento e sem qualquer interesse no fato de que tudo acontece, como diz o senador Bolsonaro no seu caso, "às vésperas das eleições municipais".

É possível, até, que muitos dos que horas atrás tripudiaram do prefeito Roberto Cláudio, rindo de sua defesa de que a ação policial teria a ver com o calendário, sintam-se agora tocados pela tese com a qual abre sua nota de defesa o filho do presidente que adoram.

A velha história de que aquilo que hoje faz rir, amanhã pode fazer chorar.

O mais engraçado: Flávio atribui a denúncia contra ele a interesses eleitorais, sem que seja candidato a nada agora em 2020. Aliás, pensando melhor, não tem nada de engraçado, é um estilo de fazer política que precisa apostar sempre na irracionalidade como instrumento de condução do debate.

Na fase histórica mais recente do País, infelizmente, com resultados práticos para quem a adota, como a família Bolsonaro.

 

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