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Com Tauá, 2020 começa a ocupar a tribuna da Assembleia
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Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).

Com Tauá, 2020 começa a ocupar a tribuna da Assembleia

Audic Mota (PSB) e Patrícia Aguiar (PSD) transferem para a tribuna da Assembleia, em episódios seguidos, a forte disputa que travam pelo eleitor de Tauá e região. A novela teve um novo capítulo nessa quarta-feira
Deputado estadual Audic Mota  (Foto: máximo moura/assembleia)
Foto: máximo moura/assembleia Deputado estadual Audic Mota

O comando da Assembleia se diz tranquilo, a articulação do governo Camilo Santana (PT) vai na mesma toada, mas, de verdade, o cenário projetado para 2020 é, sim, preocupante. O potencial de problemas em áreas da base onde mais de um grupo disputa o poder local cresce à medida em que as folhinhas do calendário vão caindo, o que explica, por exemplo, a situação em que o deputado Audic Mota (PSB) e a deputada Patrícia Aguiar (PSD) se revezam na tribuna, com uma troca forte de criticas, numa discussão sobre paternidade de obras que estão sendo tocadas com verbas públicas estaduais para Tauá e vizinhança, região onde os dois grupos que representam brigam pela simpatia da população. Em consequência, do eleitor.

No capítulo de hoje, o terceiro de uma série que os dois vêm protagonizando na Casa, Audic subiu o tom e lamentou estar sendo obrigado, conforme a versão que apresenta, a desviar o debate do seu ponto central, em alguns momentos, para se contrapor a argumentos dos adversários. No caso, expressos em manifestação da sexta-feira da na semana passada, da mesma tribuna, por Patrícia Aguiar.

Patrícia Aguiar (PSB) chamou de ENTITY_quot_ENTITYinverídicaENTITY_quot_ENTITY a versão apresentada antes por Audic sobre o assunto
Patrícia Aguiar (PSB) chamou de ENTITY_quot_ENTITYinverídicaENTITY_quot_ENTITY a versão apresentada antes por Audic sobre o assunto

A deputada, na oportunidade em que ocupou o espaço, questionou o incômodo de Audic com a liberação dos recursos para Tauá, argumentando que a todos deveria ser considerado essencial que o dinheiro chegue para "atender demandas seculares dos tauaenses". Ficar contra isso, segundo ela, é incompreensível: "como alguém de boa fé e espírito público poderia ficar contra a alocação de recursos para beneficiar seu município e como um cidadão pode protestar contra obras estruturantes que atenderão pleitos históricos de sua gente?"

Audic reclamou da escolha para os ataques contra ele de um dia em que não estava em Fortaleza para se defender, cumprindo missão da Assembleia em Brasília, mas, em resposta forte, avisou que não vai cair "no canto da sereia". Até porque, diz, "este canto não engana mais ninguém no Ceará".

O deputado avisou não estar fazendo política (embora estivesse), diz que não é candidato (embora ainda possa ser), e afirmou-se particularmente aborrecido com o fato de o pronunciamento da deputada que com ele disputa a atenção do eleitor de Tauá e região ter apontado como "inverídica" sua versão de que o dinheiro foi liberado pelo governo estadaual, o que distanciaria o feito da órbita sob controle do deputado federal Domingos Neto (filho de Patrícia). Versão, alegou, que o grupo tentava emplacar na região.

Enfim, está claro que os dois parlamentares, pelo menos, não estão dispostos a abrir mão do efeito multiplicador que o espaço da tribuna da Assembleia potencializa, através dos vários órgãos que hoje integram o sistema de comunicação do Legislativo. Dor de cabeça à vista - dores, na verdade -, para o presidente José Sarto (PDT) e, em especial, para Camilo Santana, à medida em que o calendário avança e 2020 vai ficando mais próximo.

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