Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
Colunista de política, Gualter George é editor-executivo do O POVO desde 2007 e comentarista da rádio O POVO/CBN. No O POVO, já foi editor-executivo de Economia e ombudsman. Também foi diretor de Redação do jornal O Dia (Teresina).
A parte do "espetáculo" era necessária? Esta é a pergunta que se vale fazer diante do registro, nas últimas horas, de operações policiais realizadas no âmbito do combate necessário a eventuais abusos, ou até desvios, dos gastos públicos nas ações de enfrentamento da Covid-19. Uma em Fortaleza, segunda-feira, e outra realizada no Rio de Janeiro, hoje. Ambas em meio a forte barulho e exploração política.
No caso mais próximo a nós, de Fortaleza, pode-se dizer que talvez fosse possível chegar ao mesmo resultado com mais discrição, evitando-se constrangimentos, inclusive em unidades de saúde, que não parecem ter agregado qualidade ou resultados práticos às batidas realizadas.
O que seria importante para evitar explorações indevidas dentro de um contexto em que o objetivo de respeitar o interesse público precisa estar considerado em todos os seus aspectos, inclusive aquele de evitar oportunismos de qualquer nível. Considerando, especialmente, a época pré-eleitoral que se mistura à pandemia.
Deixe-se claro que Controladoria Geral da União (CGU), Ministério Público, Polícia Federal, Justiça e quem mais faça parte da estrutura de controle do Estado tem mais é que chamar à responsabilidade os agentes públicos sobre cujas ações e decisões surja alguma dúvida importante.
E, não se discute, a operação de compra de respiradores à empresa paulista BuyerBR pela prefeitura de Fortaleza tem pontos de interrogação merecedores sim de investigação e esclarecimento. O preço aparentemente fora dos padrões de mercado, mesmo para tempos de emergência e de crise sanitária, parece ser um deles.
De novo, o que se questiona é a necessidade de uma operação com aquela envergadura, naqueles padrões. É duvidoso que à busca real da verdade, objetivo que se imagina que tenha o inquérito aberto e em fase de coleta de provas, tenha sido de grande utilidade a maneira encontrada para tornar pública a investigação.
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