Você gostaria de ter uma boa visão? Eu certamente gostaria!

Até o início da pandemia de Covid-19 eu não reclamava da minha visão. Porém, depois de dois anos trabalhando por horas em casa diante do computador comecei a perceber alguns problemas com a minha visão.

Até agora, aos 66 anos de idade, tenho usado óculos somente para leitura e computador com dois graus e meio. Para o restante dos meus afazeres incluindo televisão e dirigir carros não preciso usar óculos.
Há dez anos atrás fui a uma oftalmologista e ela me sugeriu um óculos multifocal. Eu aceitei, comprei e usei somente alguns dias. Não consegui me adaptar aos óculos. Sentia tonturas e era até perigoso quando se tratava de descer escadas.

Tempos depois fui a outra oftalmologista e ela novamente me sugeriu um óculos permanente como uma forma de não aumentar meus graus de visão. Eu compreendendo um pouco da musculatura ocular, perguntei a ela sobre se ao usar um grau específico, eu não estaria fixando a minha musculatura ocular. Por conseguinte, os olhos vão se acostumar com aquele grau específico e, com o tempo, vão se enrijecendo!? Ela, meio que à contragosto, concordou com o meu ponto de vista.

Falei isso com base em um curso que fiz sobre melhorar a visão. Nesse curso recebi uma apostila com os exercícios visuais e pratiquei por um bom tempo. Quando procurei essa apostila no início deste ano, não a encontrei. Porém o Dr. Google me ajudou mais uma vez e pude resgatar essa apostila com os mesmos exercícios para melhorar a visão.

Nessa apostila, o autor Luiz Alberto Lorenzetto da Universidade Estadual Paulista - DEF/IB escreve: “Este artigo tem a finalidade de mostrar novos e significativos meios de educação corporal, valorizando os exercícios para os músculos que controlam o globo ocular, com o foco no fenômeno, na prevenção e na preservação de uma boa visão”.

Alexander Lowen, no livro ‘Exercícios de Bioenergética’ reforça a necessidade de relaxar os olhos: “Os músculos dos olhos, como quaisquer músculos em outras partes do corpo, estão sujeitos à tensão. Relaxá-los ajuda a manter os olhos descontraídos”.

E A. Lowen continua ressaltando o aspecto emocional do olhar, quando fala: “Os movimentos dos olhos envolvem o contato ocular com outra pessoa, sendo importante não deixar seu olhar fixo ou rígido para que o olhar não se paralise, pois o congelamento dos olhos impede a aproximação, o compartilhamento e a afetividade”.

Podemos perceber através dos relatos desses estudiosos que a visão pode sim, ser exercitada. Voltei a exercitar diariamente meus músculos oculares e já começo a notar uma pequena, porém significativa melhora da minha visão.

Então, gostaria de compartilhar com vocês (abaixo) esses tesouros que para mim e para muitos têm sido tão valiosos. Cabe a cada um experimentar com parcimônia. Aconselho inclusive, se você se interessar, ler primeiro a apostila que aponta os cuidados que devemos ter ao praticar esses exercícios.
Esses exercícios podem ser praticados por 5 a 15 minutos cada um. Comece por aquele que você mais se identifica e que é confortável para você. Caso sinta tonturas ou desconfortos em geral, pare o exercício e continue somente com aqueles que forem agradáveis.

1. O “Palming” (Cobrir com a palma) - o praticante deve sentar-se à mesa, tendo os cotovelos confortavelmente apoiados sobre uma almofada, cobrir totalmente os olhos com as palmas das mãos, imaginar e acompanhar algo em movimento e permanecer visualizando a escuridão total. Este exercício tem a importante finalidade de relaxar os músculos e os nervos dos olhos.

2. O “Sunning” (Banho de sol) - este exercício deve ser executado olhando na direção do sol, porém mantendo os olhos fechados, virando a cabeça suavemente para a esquerda e para a direita. Enquanto você descansa do “sunning”, pode praticar o “palming” (acima) e depois retornar novamente para o “sunning”.

3. O “Piscamento” - através deste exercício deve-se abrir e cerrar as pálpebras de maneira constante, relaxada e vagarosa. A finalidade desta prática é aliviar a pressão dos olhos, prevenir o estrabismo, manter a umidade dos olhos e aumentar o fluxo sanguíneo dos globos oculares.

4. O “Alongamento” – alongar e massagear todos os músculos em torno dos olhos. O objetivo é distensionar a musculatura geral do corpo, que devido à tensões crônicas podem ocasionar muita dor de cabeça. Estas dores são diminuídas através da realização de massagens nas têmporas, no couro cabeludo, nas sobrancelhas, nas pálpebras, nos cílios, e em todos os seus ossos, seus músculos e pele existentes ao redor dos seus olhos.

5. O “Shifting” (Deslocando) - Olhe para uma paisagem ou para um desenho e focalize os detalhes. Através deste exercício aprende-se a focalizar objetos específicos, a descobrir pormenores e a enxergar tanto mental como visualmente. A finalidade do “shifting” consiste em melhorar a acuidade visual e também em controlar o nistagmo. Após seis meses de ter iniciado estes exercícios para os olhos, Schneider (*) conseguiu substituir suas grossas lentes de aumento por um par de óculos

6. A “Mudança de foco” - este exercício consiste em mudar a posição dos olhos e a mover o foco de um ponto para outro, sem perder nenhum detalhe. A finalidade deste exercício é forçar o uso da mácula, que é uma parte do olho que consegue perceber com maior clareza, mas só consegue enxergar um detalhe de cada vez. A partir daí a visão de Schneider apresentou um pouco mais de melhora.

Experimentem e nos deem seus depoimentos abaixo.

(*) Schneider é um dos pioneiros na exploração e divulgação dos exercícios para visão (acima). É também autor de ‘Uma lição de vida’. São Paulo: Cultrix, 200l; e ‘Manual de autocura: método self-healing’ São Paulo: Triom, 1998.

Namastê!