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Os desafios do PT na oposição a Sarto
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Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.

Os desafios do PT na oposição a Sarto

Tipo Análise

Não bastaram os apelos do governador Camilo Santana e as investidas do prefeito eleito José Sarto (PDT). O PT segue na oposição em Fortaleza.

Sem entrar no mérito sobre a coerência da decisão, que contempla a posição dos vereadores da sigla, o PT terá alguns desafios pela frente, sobretudo na Câmara.

O primeiro será definir os termos dessa “oposição qualificada”, como consta do texto aprovado nesta terça-feira, 29, em reunião do diretório da legenda.

À esquerda, “e aberta ao diálogo com o campo progressista e com a administração”, essa orientação pode levar o partido ora à base governista, ora a convergir com a oposição pela direita, formada por legendas como Republicanos, Pros e Podemos.

É nessa fricção que o partido terá de se movimentar, correndo o risco de eventualmente se confundir com o time governista, de um lado, ou com uma oposição bolsonarista, de outro.

Sem ser governo, tampouco oposição visceral e ideologicamente radical, o PT será desafiado a firmar um discurso próprio e que não se deixe sufocar por esses dois blocos maiores e mais barulhentos.

Outro aspecto dessa decisão é saber como poderá influenciar os rumos do partido em 2022 e, com ele, o do próprio Camilo.

Ao fechar as portas para uma composição com Sarto, cujo vice, Élcio Batista, é uma indicação do governador, o PT recusa aliança mais ampla com o PDT de Ciro e Cid Gomes, padrinhos do prefeito eleito.

É uma mostra de que, embora tenham estado juntas no segundo turno em Fortaleza contra Capitão Wagner, as duas legendas mantêm seus projetos políticos que, mais na frente, podem se chocar.

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