Henrique Araújo é jornalista e mestre em Literatura Comparada pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Articulista e cronista do O POVO, escreve às quartas e sextas-feiras no jornal. Foi editor-chefe de Cultura, editor-adjunto de Cidades e editor-adjunto de Política.
O governador Camilo Santana (PT) define nesta semana os substitutos dos quatro secretários que deixaram suas pastas no Abolição, atendendo a determinação do próprio chefe do Executivo, que estabeleceu prazo para desincompatibilização até 31 de dezembro para quem pretendesse concorrer a cargo neste ano.
A tendência, segundo apurou O POVO, é que os executivos das secretarias assumam o posto, ao menos até nova mudança no secretariado, prevista para abril deste ano, quando se encerra o período oficial para que interessados em disputar mandato eletivo deixem funções na esfera administrativa.
Foram exonerados do Governo do Estado Mauro Filho (Planejamento), Inácio Arruda (Ciência e Tecnologia), Zezinho Albuquerque (Cidades) e Francisco de Assis Diniz (Desenvolvimento Agrário). Irmã de Cid e Ciro Gomes, Lia Gomes também deixou o governo – Lia era secretária-executiva na Proteção Social.
Dos cinco nomes, ao menos quatro devem postular cadeira na Assembleia Legislativa do Estado: Inácio, Lia, Zezinho e Diniz. Deputado federal, Mauro Filho é cotado como candidato ao Governo do Estado, ao lado de Evandro Leitão, Izolda Cela e o ex-prefeito Roberto Cláudio, todos do PDT.
No Planejamento, com a saída do titular, comanda interinamente Flávio Ataliba, que já vinha tocando os trabalhos da pasta com a licença de Mauro para votar em pautas-chave na Câmara. Na Ciência e Tecnologia, quem entra é Francisco Carvalho de Arruda Coelho.
A dúvida está na pasta de Cidades. Com orçamento robusto e capilarizada, a secretaria é uma das joias da coroa do governo e alvo de disputa entre aliados da base.
Ainda conforme fonte palaciana, todos os nomes de substitutos serão anunciados ao mesmo tempo, depois de conversas que transcorrem entre o governador e a vice Izolda Cela.
Titular do Executivo caso Camilo deixe o governo para concorrer ao Senado a partir de abril, Izolda é peça fundamental na escolha dos novos secretários. Mais do que antes, a vice deve ser ouvida agora para bater o martelo sobre novos auxiliares.
A minirreforma é a primeira de 2022, último ano da gestão de Camilo. Em quatro meses, o governador deve mexer no time novamente, antes de ele mesmo se desincompatibilizar – na hipótese de a candidatura do petista se confirmar.
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