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Novo estadual, velhos problemas
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Jornalista e colunista de futebol feminino do Esportes do O POVO. Graduada em Jornalismo no Centro Universitário Sete de Setembro (Uni7). Já passou por assessorias de imprensa e foi repórter colaborativa da plataforma de notícias VAVEL Brasil

Iara Costa esportes

Novo estadual, velhos problemas

Campeonato Cearense Feminino 2021 terá inicio neste final de semana e, embora tenha a adesão de mais times, torneio ainda é apresenta muita disparidade entre equipes do Estado
Tipo Opinião
No estadual de 2020, goleadas foram aplicadas por Ceará e Fortaleza em São Gonçalo e Menina Olímpica. Na imagem, as Alvinegras haviam vencido a Associação por 9 a 0.  (Foto: Stephan Eilert/CearaSC.com)
Foto: Stephan Eilert/CearaSC.com No estadual de 2020, goleadas foram aplicadas por Ceará e Fortaleza em São Gonçalo e Menina Olímpica. Na imagem, as Alvinegras haviam vencido a Associação por 9 a 0.

Começa neste fim de semana o Campeonato Cearense Feminino de 2021. Diferentemente da edição passada, quando foi composto por quatro equipes, nesta seis times irão disputar o título. São eles: Ceará, Fortaleza, São Gonçalo, Menina Olímpica, Tianguá e Guarany de Sobral. O aumento no número de equipes deve ser celebrado, afinal, ter mais times em campo significa que mais equipes têm se interessado pela modalidade e pela competição no Estado. Mas nem tudo são flores.

No Estadual Feminino de 2020, que teve o Fortaleza como campeão, equipes como São Gonçalo e Menina Olímpica tiveram dificuldades de se manter na competição por falta de verba. A Associação Menina Olímpica até chegou a desistir do torneio num primeiro momento, mas encontrou uma maneira de retornar ao certame. De lá para cá, essa realidade pouco evoluiu.

Em contato com a coluna, o presidente e treinador da equipe do São Gonçalo, Renezito Júnior, revelou que a falta de verba durante a pandemia fez com que o grupo diminuísse as atividades. "Estávamos praticamente treinando on-line, cuidando das atletas no físico. Agora com a chegada do Cearense que estaremos treinando e nos encontrando presencialmente", contou ele.

Com exceção de Ceará e Fortaleza, que possuem projetos mais consolidados, essa é a realidade de parte dos outros times que participam do certame. Embora a Federação Cearense de Futebol (FCF) não cobre pela inscrição de atletas e times, o que já diminui bastante os custos do torneio, despesas de locomoção, hospedagem, alimentação, suplementação, translado para treinos e jogos ainda existem e pesam no bolso de projetos menores.

Explico aqui este problema não apenas para bater na mesma tecla de sempre sobre investimento, mas para levantar um questionamento: como tornar atrativo um campeonato cujos times existem por pura sobrevivência? É difícil. 

Esses projetos precisam de suporte das cidades que representam, dos órgãos esportivos do Estado. Caso contrário, o Estadual Feminino nunca terá o valor que merece e será sempre apenas uma competição que existe para classificar os times para competições nacionais. Como um torneio vai atrair audiência desta maneira?

Vale ressaltar que, por terem passado da fase de grupos do Brasileirão Feminino A2 deste ano, Ceará e Fortaleza já estão confirmados na Série A2 do Brasileiro em 2022. O certame estadual dá ao campeão a classificação para o Brasileirão Feminino A3, que será disputado por 32 clubes em 2022. Deste modo, independentemente de quem levante a taça, teremos mais um clube cearense disputando competições nacionais próximo ano. 

Se não quisermos que o participante do Feminino A3 apenas cumpra tabela, temos de começar a olhar e cuidar também dos outros times do Estado. Pela resistência em participar de uma competição mesmo sem condição, eles merecem tanto ou mais que Ceará e Fortaleza. 

 

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