É editor digital de Política do O POVO e apresentador do programa Jogo Político, interessado no mundo do poder, seus bastidores e reflexos sobre a sociedade. Entende a política como algo que precisa ser incorporado e discutido por todos. Já foi repórter de Política e também editor da rádio O POVO CBN.
No último domingo, uma amiga perguntava, triste e incrédula: "Como a gente aguentou mil dias de Bolsonaro?". A fala-lamento não vem à toa. São mil dias de fake news diárias, tentativas de destruição da democracia, negacionismo, falta de zelo com os recursos públicos, corrupção e incompetência.
O País testemunha retrocessos em todas as áreas que você possa imaginar: do meio-ambiente à educação, da saúde à cultura.
Não há planejamento sério e resultados positivos. Nossa economia está aos frangalhos, com uma inflação galopante, desemprego nas alturas e arrocho salarial. A agenda dita liberal cedeu lugar ao populismo barato, e a compra de apoio no Congresso agora se dá via tratores, orçamentos secretos e afins. Ou seja, o oposto de tudo que foi prometido em campanha para se chegar ao "novo Brasil".
Mas está tudo velho e com cheiro de coisa podre. A crise é moral, ética e humana. O único estímulo existente é ao ódio, à violência e ao mau gosto.
Por mais que o governo tente criar uma agenda positiva para a marca, que só há de ser comemorada por quem está aproveitando bem essa estadia no poder, é impossível esconder a desgraça em que o Brasil foi mergulhado. Situação agravada pela inabilidade e atitudes criminosas diante da pandemia de Covid-19.
Quase 600 mil vidas perdidas tratadas de maneira cruel pela figura que deveria ao menos tentar confortar a população. "A Covid apenas encurtou a vida delas por alguns dias ou algumas semanas", afirmou aquele que se diz presidente. Mais uma para a coleção de impropérios nojentos.
E pensar que ainda faltam mais uns 460 dias de governo. Isso caso Bolsonaro não consiga se reeleger, o que é possível diante das últimas pesquisas. Muita coisa perigosa ainda pode ser feita nessa reta final de mandato, principalmente quando se tem a perspectiva de derrota. O chefe do Executivo pode partir para o tudo ou nada, de fato.
Até agora, nossas instituições conseguiram suportar a série de ataques promovida nas ruas e nas redes.
Se algumas reações não estão à altura, como é o caso do Senado e da Câmara, o Supremo Tribunal Federal (STF) tem feito bem o seu papel ao não se acovardar.
Mas voltando à pergunta inicial no artigo, a resposta está na grandeza do nosso povo, que se abala, mas não cede à derrota. E que saberá dar uma resposta à altura de tantos desmandos. "Amanhã há de ser outro dia".
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