Fortaleza - As denúncias de assédio sexual contra professores da rede particular de ensino de Fortaleza devem gerar muitas demissões. Já há algum consenso entre diretores de escolas ouvidos pelo Blog. "Já estão sendo afastados os professores. Os casos que têm prints são aqueles que deverão ser os primeiros. Os outros (que foram por relatos) devem passar por avaliação dos casos. Fatalmente muitas demissões", afirmou um diretor. Os colégios não pretendem tolerar. Ademais, há forte pressão dos pais.

A leitura média é a de que vai mudar muita coisa dentro das escolas. Ouvidorias ganharão mais força. "Professores passarão a entender melhor a inadmissibilidade desses comportamentos", afirmou outro diretor. Um dos efeitos esperados do escândalo é a opção pela contratação de mulheres. 

Em muitas escolas, as mulheres ocupam muitos dos cargos de gestão (coordenação, supervisão e direções). Mas no ensino médio tradicionalmente há mais professores e coordenadores. "Acho que agora haverá tendência também de termos mais mulheres", avaliou um diretor de escola privada.

"O perfil comportamental delas é mais maduro", afirmou.

O dia tem sido muito agitado, não apenas nas escolas nas quais os professores são alvo de denúncia. Há alunos boicotando as aulas de professores sob suspeição. "Até gente que não teve exposição, só por desconfiança", relata uma diretora.

"Todo ano tem demissão no mercado de gente por se envolver com alunas. E mesmo assim não aprendem", afirmou um dono de escola de Fortaleza.

A onda de denúncias começou esta semana após estourar outro escândalo. Um grupo estaria compartilhando fotos de meninas sem roupa. A Polícia Civil segue investigando as denúncias de assédio e pornografia virtual em Fortaleza e em Sobral, denunciadas em redes sociais desde a última segunda-feira, 22.