Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará
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São Paulo - O analista da casa de análises Capital Research, do grupo Red Ventures, Ernani Reis, analisou o cenário na Bolívia e as implicações na agenda do setor de petróleo e gás do Brasil. Leia na íntegra:
Tensão geopolítica
A recente escalada de tensão geopolítica entre países-chave para a economia internacional vem tirando o sono de muitos investidores nos últimos meses. E para quem acha que se trata apenas da guerra comercial entre Estados Unidos e China, deve começar a se preocupar com a grama do vizinho.
Parceiras há mais de uma década, a Petrobras SA e a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) negociam a distribuição do Gas Natural Boliviano através da rede de transporte entre os países, o Gasbol. Atualmente, a rede possui 3,15 mil km de extensão, dos quais 82% estão instalados no território brasileiro.
Em julho deste ano, a Petrobras anunciou o leilão de venda de 51% da rede Brasil- Bolívia, como parte do acordo firmado entre a estatal Brasileira e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para abrir o setor de gás natural à concorrência até 2021. O anúncio despertou o interesse na Companhia Boliviana de expandir os negócios em solo brasileiro através das negociações diretas com empresas distribuidoras e indústrias privadas, evitando a intermediação de terceiros. A própria Petrobras deverá manter o volume de compra atualmente negociado.
Tudo caminhava como planejado para as companhias até o último domingo (10), quando o fator político roubou a cena no mercado. Sob forte acusação de fraude eleitoral, o presidente da Bolívia Evo Morales e seu vice Álvaro Garcia renunciaram aos seus cargos deixando o governo à deriva. No mesmo dia, a ex-presidente do Tribunal Supremo Eleitoral da Bolívia Maria Eugenia Choque Quispe junto do vice-presidente do TSE boliviano, Antonio Costas, foram presos, reforçando ainda mais a possibilidade de fraudes nas eleições.
Sem uma solução prevista até o momento, a segunda vice-presidente do Senado, Jeanine Añez, reivindicou o direito de assumir a presidência da Bolívia com o objetivo de convocar novas eleições.
O fato é que a ocorrência desse final de semana joga um balde de água fria na negociação entre a Petrobras e a YPFB, restando ao investidor aguardar o desenrolar do cenário nos próximos dias”.
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