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Vila Galé desiste de resort na Bahia após polêmica sobre área indígena
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Redator do blog e coluna homônimos, diretor de Jornalismo da Rádio O POVO/CBN e CBN Cariri, âncora do programa O POVO no Rádio e editor-geral do Anuário do Ceará

Vila Galé desiste de resort na Bahia após polêmica sobre área indígena

Rede diz que não quer que a unidade nasça com a iminência de um clima de "guerra", "ainda que injusta e sem fundamento"; em nota, diz ameaças houve contra à Embaixada de Portugal em Brasília

Fortaleza - O Grupo Vila Galé decidiu abandonar o projeto de um hotel na Costa do Cacau, na Bahia. O motivo seria a polêmica sobre a suposta existência de terras indígenas demarcadas na área.

"Não é de nosso interesse que um hotel resort Vila Galé nasça com a iminência de um clima de 'guerra', ainda que injusta e sem fundamento, como são exemplo as ameaças proferidas na Embaixada de Portugal em Brasília e algumas declarações falsas, dramáticas e catastróficas que deveriam envergonhar quem as profere", diz nota do Grupo.

O Vila Galé Costa do Cacau, em Una, no litoral da Bahia, deveria entrar em operação em 2022 e teria 482 unidades habitacionais. O resort seria all inclusive, com o mesmo padrão dos demais, com investimento previsto de R$ 150 milhões.

De todo modo, diz a nota, mantém a intenção de investimento em Una e na Bahia, no mais curto prazo.

O grupo português Vila Galé abriu o Vila Galé Collection Elvas - Historic Hotel, Conference & Spa, em um antigo convento (concluído em 1721) restaurado, em Elva, na região do Alentejo, em junho. Investiu 9 milhões de euros. Este foi o 34º hotel da rede, com 25 unidades em Portugal e nove no Brasil. Duas ficam no Ceará. Praia do Futuro (o primeiro no País) e Cumbuco. Poderia haver mais, mas Jorge de Almeida (o dono do negócio) desistiu ante o terreno arenoso da aprovação de projetos de resort, como já disse o secretário do Turismo, Arialdo Pinho. Vila Galé mirava uma área no Preá, em Cruz, vizinho a Jericoacoara. Releia aqui

Leia a íntegra da nota:

"Tem a Vila Galé Hotéis um percurso de 33 anos de realizações e investimentos em vários sectores de atividade, que vão do imobiliário à hotelaria, passando pela agricultura e agro-indústria (produção de vinhos e azeites Santa Vitória, etc). Tem 34 hotéis em Portugal e no Brasil com cerca de 20.000 camas, 4 projetos em construção e uma dúzia em projeto.

Ao longo destes anos foi reconhecida pela ética, rigor, isenção, transparência, responsabilidade social, sustentabilidade ambiental, valorização pessoal e profissional dos que nela trabalham, sendo disso exemplo, inúmeros prémios e distinções recebidos.

Nestes projetos tem recuperado patrimônio histórico, valorizado o interior do país e, em suma, tem obra feita com criação de riqueza e geração de mais de 3.500 empregos.

Apesar disso, tem vindo a ser alvo de “ataques” por alguns que abraçam causas mediáticas, só aparentemente justas, e usam de falsidades, sem sequer procurarem minimamente obter a verdade dos fatos.

Em abril de 2017, a Vila Galé foi convidada pelo Governo da Bahia e Prefeitura de UNA para realizar um investimento num mega resort para ajudar ao desenvolvimento da região de UNA, tendo sido estabelecida uma parceria com a empresa proprietária dos terrenos.

Após avaliação, a Vila Galé anunciou em Portugal e no Brasil, em julho de 2018, o investimento neste novo Resort e o contrato celebrado com o Estado e a Prefeitura.

Elaborou todos os estudos e projetos (arquitetura, ambientais, etc, etc.), os quais vieram a ser aprovados pelas entidades competentes.

Ao longo de todo esse tempo não surgiu qualquer reclamação ou reivindicação, apesar de ser pública e notória em toda a região a notícia do projeto.

No local e num raio de muitos kms, não havia nem há qualquer tipo de ocupação/utilização, nem sinais de qualquer atividade extrativista por parte de quem quer que seja.

Não existe qualquer reserva indígena decretada para esta área, nem previsão de a vir a ser.

Passaram 3 mandatos Governamentais anteriores, com vários Ministros da Justiça e nenhum deles aprovou a demarcação das terras indígenas.

Certamente porque não encontraram fundamento legal para o efeito de decretar uma gigantesca área de reserva de 47.000 ha.

Em resumo, não há sinais de ocupação indígena de qualquer espécie nesta área.

Entretanto, tratando-se de um tema delicado que suscita estados emocionais por parte de alguns setores, fomos acusados de falsidades inconsistentes e graves.

Assim sendo:

- apesar de os projetos estarem aprovados e terem o apoio explícito da Prefeitura de UNA, do Governo Estadual da Bahia e dos orgãos de Turismo do Governo Federal, por se tratar de uma obra de maior relevância econômica e social,

- apesar de alguns poucos sem razão prejudicarem toda uma população que se vê privada da oportunidade de ter emprego num projeto de prestígio;

Vamos ser forçados a abandonar este projeto.

Com efeito, não é de nosso interesse que um hotel resort Vila Galé nasça com a iminência de um clima de “guerra”, ainda que injusta e sem fundamento, como são exemplo as ameaças proferidas na Embaixada de Portugal em Brasília e algumas declarações falsas, dramáticas e catastróficas que deveriam envergonhar quem as profere.

Queremos deixar o nosso profundo reconhecimento à Embaixada de Portugal em Brasília e a todas as Entidades Oficiais Brasileiras, incluindo Deputados Federais e Estaduais que nos apoiaram neste processo.

Este extraordinário apoio e incentivo das entidades oficiais leva-nos a manter a intenção de investimento em UNA e na Bahia, no mais curto prazo".

Sobre o Grupo Vila Galé

 

Vila Galé é responsável pela gestão de 34 unidades. Estas, 25 em Portugal e nove no Brasil (Angra dos Reis/RJ, Rio de Janeiro/RJ, Guarajuba/BA, Salvador/BA, Cabo do Santo Agostinho/PE, Touros/RN, Fortaleza/CE e duas em Cumbuco/CE). Atualmente com cerca de 3.500 funcionários, o Grupo detém a maior rede de resorts do País. Em 2018, o Grupo teve faturamento de € 184 milhões, considerando todas as unidades hoteleiras no mundo.

Foto do Jocélio Leal

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