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Alertar sim, causar pânico, não
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Juliana Matos Brito é formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Trabalha no O POVO há 20 anos. Atuou como repórter e editora do núcleo Cotidiano, que reunia as áreas de Ceará, Fortaleza, Ciência & Saúde e Esportes. Também foi editora de Audiência e Convergência do Grupo de Comunicação O POVO e editora-executiva do Digital e da editoria de Cidades. Tem especialização em Jornalismo Científico e é mestranda em Ciências da Informação, ambos pela UFC.

Alertar sim, causar pânico, não

Tipo Análise

A pandemia do novo coronavírus, o aumento do número de casos no Ceará e no Brasil e o início da vacinação contra a Covid-19 são assuntos que não deixam de ocupar os espaços do impresso e do portal O POVO. Tema que vem sendo tratado em diversas editorias, como Política e Economia, mas com mais regularidade em Cidades e no portal. Na semana que passou, o impresso optou por destacar o início do ano letivo na rede municipal como manchete do jornal da quarta-feira, 27. No mesmo dia, demos uma matéria pequena, no canto da página, que mostrava que seis unidades hospitalares da Capital estavam com 100% de ocupação do leito de UTI. O quadro ao lado da matéria dava a dimensão do que está ocorrendo, reflexo provável, das festas de fim de ano.

É fato que o O POVO vem acompanhando bem a pandemia, com um volume naturalmente superior de matérias no portal. De segunda a sexta, foram três manchetes e diversas matérias no portal como a do "vacinômetro", que tem acompanhado a situação da vacinação contra a Covid-19 no Ceará. O meu questionamento se dá, em comentário interno e agora aqui na coluna, acerca dos pesos que damos aos fatos e à cobrança ao poder público em relação à situação em que vivemos.

Com todo o cuidado para não levarmos pânico à sociedade, é preciso alertar para a situação e mostrar que podemos estar caminhando para um problema mais grave no sistema hospitalar. A pandemia não acabou, provavelmente estamos em uma segunda onda e precisamos questionar e cobrar do poder público medidas efetivas para que um número maior de vidas sejam poupadas.

Em resposta, o editor-chefe de Cotidiano, Érico Firmo, argumentou que o retorno às aulas nas escolas influencia na vida de mais de 200 mil alunos. "A forma de retorno foi apontada como uma das questões prioritárias do novo prefeito. E o anúncio ficou para bem perto do retorno. Entendo como uma escolha que afeta a vida de muita gente".

Clareza, objetividade e responsabilidade

Ainda sobre a prioridade em relação à manchete relacionada à Covid-19 sobre educação ou ocupação hospitalar, Érico Firmo destacou o acompanhamento que vem sendo feito na área. "São temas fortes. Falamos nesta sexta, por exemplo, da situação dos leitos pediátricos, como falamos semana passada. É uma cobertura recorrente e está permanentemente nas nossas matérias, com o cuidado de dimensionar como estamos hoje em relação a como estivemos antes. Para mostrar o que preocupa sem também provocar pânico".

A preocupação deve ser essa mesmo: informar, mostrar a realidade, sem aterrorizar a população. Por isso, questionei como um material tão forte como a ocupação de leitos hospitalares em um momento tão delicado ficou tão escondido na edição. É nosso dever trazer as informações da melhor forma possível, com clareza e responsabilidade.

Já na sexta-feira, o material publicado sobre a situação da Covid-19 em crianças e adolescentes trouxe um panorama importante, informativo e de alerta para situação em que vivemos. E, à noite, no portal, ainda manchetamos o aumento de 50% no número de mortes pela doença no Estado.

Atropelamento

No último dia 21 de janeiro, a médica cardiologista Lúcia de Sousa Belém, de 61 anos, morreu após ser atropelada ao atravessar a avenida Dom Luís na faixa de pedestre. Acompanhamos o caso sobre a morte, o início das investigações e a mudança na velocidade da via, com campanha iniciada na última semana. Alguns leitores questionaram sobre o motivo do O POVO não publicar o nome da motorista que teria atropelado e matado a médica. O questionamento é sempre o mesmo: só por ser uma pessoa rica o nome não é publicado no jornal.

Após oito dias da morte da médica, em todas as matérias publicadas sobre o assunto, o nome da motorista não foi publicado. A Redação do O POVO tem um manual que orienta como deve-se publicar nomes de pessoas envolvidas em crimes. Por exemplo, é permitido darmos nome de pessoas presas em flagrante, indiciadas e condenadas. Muitas vezes, isso não fica claro para o leitor. Para que situações do tipo não gerem desconfiança, é preciso explicar os motivos da não publicação. Clareza e objetividade é sempre o melhor caminho para diminuirmos qualquer ruído de comunicação. Na sexta-feira, o portal publicou matéria, com informações sobre o uso de imagens das câmeras de segurança na investigação da ocorrência. Mas continuamos sem informar o motivo de não darmos o nome da acusada do crime.

IMPERDÍVEL

"Superdisseminadores: entenda os eventos de transmissão em massa da Covid-19". Com esse título, a plataforma O POVO+ publicou uma fotorreportagem sobre a transmissão da Covid-19. A repórter Catalina Leite trouxe de forma didática informações importantes a partir de fontes confiáveis, destacadas de forma lúdica e acessível.

 

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