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Investigar, investigar e investigar
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Juliana Matos Brito é formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Trabalha no O POVO há 20 anos. Atuou como repórter e editora do núcleo Cotidiano, que reunia as áreas de Ceará, Fortaleza, Ciência & Saúde e Esportes. Também foi editora de Audiência e Convergência do Grupo de Comunicação O POVO e editora-executiva do Digital e da editoria de Cidades. Tem especialização em Jornalismo Científico e é mestranda em Ciências da Informação, ambos pela UFC.

Investigar, investigar e investigar

A investigação é uma das áreas mais complexas do jornalismo. Demanda tempo e dedicação. O POVO tem história nesse campo. Investir nele fortalece a credibilidade da empresa
OBRAS tem previsão de conclusão de 6 meses (Foto: FCO FONTENELE)
Foto: FCO FONTENELE OBRAS tem previsão de conclusão de 6 meses

Um dos papéis do jornalismo é investigar. É ir atrás da notícia, apurar a informação completa e entregar ao leitor dados importantes sobre um fato. É um jornalismo crítico e aprofundado. Na correria do nosso dia a dia, fica cada vez mais difícil nos debruçar sobre essa área tão importante. Mas esse é um dos pilares do O POVO. E poucos veículos cumprem tão bem esse papel. Mas essa semana, faltou um olhar mais curioso, detalhista e aprofundado.

Na terça-feira, uma operação do Ministério Público do Ceará (MP-CE) afastou quatro servidores da Prefeitura de Fortaleza por suspeitas de irregularidades no hospital de campanha construído no estádio Presidente Vargas (PV) em 2020. O material se resume a detalhar o que o MP apresentou em coletiva de imprensa. Ainda trouxemos que o investimento no equipamento havia sido de R$ 4 milhões. Na sexta-feira, após algumas tentativas com a Prefeitura, e editor-chefe de Cotidiano, Érico Firmo, informou que conseguiram a informação correta sobre o valor (R$ 43.032.908,44) e que a matéria seria corrigida.

A investigação sobre o hospital é importante para a sociedade. Mostrar o que aconteceu, quais erros, se houve ou não desvio e quanto de dinheiro já foi recuperado. Como há dificuldade em conseguir informações, e essa é uma matéria difícil - vê-se que a Prefeitura nem destinou alguém para falar, O POVO poderia trazer um quadro com as perguntas não respondidas, para situar o leitor sobre o que precisa-se saber sobre o caso. É uma forma de mostrarmos o que pode ser cobrado do poder público.

Sobre a reportagem, Firmo destaca que já foram feitas outras matérias sobre o hospital e sobre a reforma para voltar a funcionar como estádio. "Destacamos repórteres algumas vezes para abordar esse assunto de várias vertentes e até hoje publicamos aquilo que tivemos informação para sustentar uma matéria", detalha.

Checagem de notícias: um serviço para o leitor

Em tempos de fakenews, fazer parte de dois projetos nacionais, como o Comprova e o Credibilidade, é muito importante para O POVO. Mostra ao nosso leitor que estamos preocupados com a informação de qualidade. O objetivo do Comprova é "identificar e enfraquecer as sofisticadas técnicas de manipulação e disseminação de conteúdo enganoso que vemos surgir em sites, aplicativos de mensagens e redes sociais". A terceira fase do Comprova foi finalizada no começo de março. Trouxemos uma matéria, no menu Checagem, destacando as 283 investigações publicadas, sendo 194 relacionadas à pandemia.

A diretora de Redação, Ana Naddaf, explica que O POVO já está em negociação para participar da próxima fase do projeto Comprova. "Iniciamos as conversas para a próxima fase, que seguirá com o monitoramento e a verificação de conteúdos sobre políticas públicas e sobre a pandemia da Covid-19, mas se estende para o combate à desinformação e a conteúdos enganosos de teor eleitoral já olhando para as eleições presidenciais de 2022". Ela destaca ainda que O POVO faz parte da coalização de veículos desde a primeira fase do projeto Comprova. "Participamos de três maneiras do projeto: na verificação, no crosscheck (a "checagem cruzada" para garantir transparência e precisão) e na publicação do conteúdo".

Na listagem das checagens de notícias do O POVO, a última matéria foi publicada em 5 de março, quando essa etapa do projeto foi finalizada. Acontece que O POVO, de março até hoje, publicou outras matérias com checagem de informação. Matérias feitas pela equipe do O POVO, independente do Comprova. O editor-chefe de Cotidiano, Érico Firmo, explica que continuamos publicando checagens em outras editorias, que não no menu checagem. "Seguimos fazendo checagens sim, nas várias editorias. Como já fazíamos antes do Comprova. Procuramos usar o mesmo critério do programa, de não fazer verificação de algo que não esteja disseminado. Que as pessoas acabem sabendo por nós. Essas checagens ocorrem em várias áreas".

Ele destaca por exemplo as matérias: "É falso que supermercados irão fechar durante lockdown", "É mentira que o ator Reginaldo Faria se recusou a tomar vacina", "É falso vídeo que atribui gravação em hospital fictício a 'teatro de Covid-19' no Ceará", "É falsa lista de vacinação a partir de 18 anos".

Questionei se essa ausência de matérias na listagem de checagem não transparecia ao leitor uma ausência de conteúdo, já que não estava disposto lá para ser encontrado em um clique. Firmo explica que, na produção dos conteúdos, as editorias têm autonomia para definir onde é mais adequado publicar. "Quando fazemos uma verificação, o fundamental é que aquele conteúdo chegue às pessoas que podem ter sido impactadas pela informação falsa. Acho que o editor pode fazer a avaliação do melhor canal de fazer aquela notícia chegar. Isso é mais importante que o ritmo de atualização do canal", explica. Mesmo incomodada com a falta de atualização da listagem de checagem, tendo a concordar com o Érico Firmo: o principal é que a informação correta chegue ao leitor. Isso vale para as matérias mais aprofundadas, para as investigações e para as checagens de notícias.

ATENDIMENTO AO LEITOR

DE SEGUNDA A SEXTA-FEIRA, DAS 8H ÀS 14 HORAS

"A Ombudsman tem mandato de 1 ano, podendo ser renovado por acordo entre as partes. Tem status de editora, busca a mediação entre as diversas partes. Entre suas atribuições, faz a crítica das mídias do O POVO, sob a perspectiva da audiência, recebendo, verificando e encaminhando reclamações, sugestões ou elogios. Ela também chefia área editorial focada na experiência do leitor/assinante e que tem como meta manter e ajustar o equilíbrio jornalístico a partir das demandas recebidas e/ou percebidas. Tem estabilidade contratual para o exercício da função. Além da crítica semanal publicada, faz avaliação interna para os profissionais do O POVO".

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