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Banho de bica pode, sim!
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Juliana Matos Brito é formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Trabalha no O POVO há 20 anos. Atuou como repórter e editora do núcleo Cotidiano, que reunia as áreas de Ceará, Fortaleza, Ciência & Saúde e Esportes. Também foi editora de Audiência e Convergência do Grupo de Comunicação O POVO e editora-executiva do Digital e da editoria de Cidades. Tem especialização em Jornalismo Científico e é mestranda em Ciências da Informação, ambos pela UFC.

Banho de bica pode, sim!

Um erro simples pode mudar completamente o sentido de uma matéria. Por isso, atenção e revisão antes da publicação são essenciais para o trabalho do jornalista
Crianças tomam banho de chuva em rua do bairro José Bonifácio. O banho de bica faz parte da cultura cearense (Foto: Fco Fontenele)
Foto: Fco Fontenele Crianças tomam banho de chuva em rua do bairro José Bonifácio. O banho de bica faz parte da cultura cearense

Um detalhe em um texto pode mudar completamente o sentido de uma matéria. Por isso, o nosso trabalho precisa ser feito com cuidado e revisão. Mesmo com a agilidade imperativa do jornalismo online, a verificação em um texto deve ser cuidadosa. No último dia 19, publicamos um material no portal O POVO feito a partir da entrevista com o arquiteto e urbanista Rocha Júnior, concedida à rádio O POVO CBN. O profissional explicou na ocasião que os canos responsáveis por escoar as águas pluviais dos telhados em direção à calçada são ilegais.

O arquiteto comentou que as bicas que escoam as águas nas calçadas e nas ruas são consideradas infrações graves, de acordo com o Código da Cidade da Prefeitura de Fortaleza. O problema foi que na matéria publicada no portal o título trazia a seguinte informação: "Banho de bica é considerado ilegal segundo Código da Cidade de Fortaleza, diz arquiteto". Na entrevista, Rocha Junior não disse nada sobre o banho de bica. Ele se limitou a falar sobre a forma correta de captação e despejo das águas da chuva. "Afirmei que essas águas devem ser captadas em calhas e condutores para despejo na sarjeta do logradouro, passando sob os passeios. A sanção expressa no Código da Cidade diz respeito a isso e não ao banho de bica", detalha o arquiteto à ombudsman, em email que solicitava a correção da matéria.

Uma possível proibição ao banho de bica, algo tão caro para o cearense, gerou uma grande repercussão nas redes sociais. Muitas pessoas, inclusive, ofendendo o arquiteto. Segundo o coordenador de mídias sociais, Leonardo Igor, a matéria foi corrigida no domingo. Ele comenta que o setor de Mídias Sociais seguiu o procedimento padrão para as situações de erro como esse. "Corrigimos onde é permitida a edição, como no Facebook, e apagamos onde não é possível alterar, como no Twitter e no Instagram".

Correção do erro e respeito ao leitor e ao entrevistado

No portal O POVO, a matéria feita a partir da entrevista com o arquiteto Rocha Junior foi corrigida e um parágrafo com informações sobre o erro foi adicionado ao fim do texto: "Versão inicial desta matéria chegou a informar erroneamente, no título, que os banhos de bicas eram considerados ilegais. Na verdade, o que é proibido é a construção das bicas que despejam a queda d'água para a rua". Bom para o leitor, que recebeu a informação correta, e para o arquiteto, que teve a informação corrigida. Ele, inclusive, com bom humor, agradeceu o reparo e ainda brincou: "Acrescento que se banho de bica fosse ilegal eu praticaria a desobediência civil".

Novos programas, mais jornalismo

Há duas semanas, O POVO estreou três programas jornalísticos no Youtube. Investimentos importantes nas áreas de economia e política. Com o nosso público-leitor cada dia mais amplo, faz bem apostar em novos olhares como estes. É preciso ocupar os espaços e inovar quando o assunto é levar informação à nossa audiência. E destaco audiência porque não somos mais só leitores, somos também ouvintes, espectadores, seguidores…

Na economia, foram dois programas com formatos bem diferentes. "Dei Valor" é um programa curto, com linguagem jovem e bem dinâmico. Ensina a economizar e a se planejar para não ter problema no fim do mês. Já o "Economia na Real" é um programa ao vivo com entrevistas sobre um assunto específico. Hidrogênio verde e a questão da energia foram os temas dos primeiros programas.

Na área de política, o Jogo Político levou as disputas nacionais e locais para o Youtube. Nos dois programas, foram entrevistados o governador Flávio Dino, o humorista Esse Menino (do vídeo sobre a Pê-fizer), o deputado Domingos Neto e o humorista Gustavo Mendes. É um programa longo, de mais de uma hora de duração, mas prende a atenção.

Essa semana, só um detalhe, a meu ver, saiu fora da curva. No segundo programa, quando o deputado Domingos Neto foi entrevistado, o apresentador Ítalo Coriolano iniciou a conversa com um fato inusitado: o apoio do deputado ao presidente Bolsonaro e, ao mesmo tempo, ao governador Camilo Santana. Um fato curioso e importante para a cena política cearense. Mas, na matéria sobre o programa, publicada na última quarta-feira no impresso, esse tema não foi nem citado.

Editor-chefe de Política, João Marcelo Sena esclarece que esse apoio tão diverso do deputado não é um fato tão novo. "Houve, sim, a opção editorial de na edição do impresso priorizar dois temas mais factuais. No caso, as pretensões do partido dele (PSD) para as eleições 2022 no Ceará e a questão do orçamento paralelo", detalha. E finaliza: "Concordo com você que essas alianças peculiares do Domingos Neto merecem um olhar aprofundado. Em um cenário tão polarizado, é relevante discutir se esse apoio significa uma boa capacidade de interlocução do parlamentar ou uma pobreza de critérios na escolha de aliados. É um tema que pode e deve ser colocado em discussão. E que jamais será motivo de tabu em nossa cobertura". Fundamental esse esclarecimento. Demonstra que a equipe está atenta aos movimentos políticos e trará ao leitor sempre informações importantes.

ATENDIMENTO AO LEITOR

DE SEGUNDA A SEXTA-FEIRA, DAS 8H ÀS 14 HORAS

"A Ombudsman tem mandato de 1 ano, podendo ser renovado por acordo entre as partes. Tem status de editora, busca a mediação entre as diversas partes. Entre suas atribuições, faz a crítica das mídias do O POVO, sob a perspectiva da audiência, recebendo, verificando e encaminhando reclamações, sugestões ou elogios. Ela também chefia área editorial focada na experiência do leitor/assinante e que tem como meta manter e ajustar o equilíbrio jornalístico a partir das demandas recebidas e/ou percebidas. Tem estabilidade contratual para o exercício da função. Além da crítica semanal publicada, faz avaliação interna para os profissionais do O POVO".

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