Logo O POVO+
Jornalismo corajoso e necessário
Foto de Juliana Matos Brito
clique para exibir bio do colunista

Juliana Matos Brito é formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Trabalha no O POVO há 20 anos. Atuou como repórter e editora do núcleo Cotidiano, que reunia as áreas de Ceará, Fortaleza, Ciência & Saúde e Esportes. Também foi editora de Audiência e Convergência do Grupo de Comunicação O POVO e editora-executiva do Digital e da editoria de Cidades. Tem especialização em Jornalismo Científico e é mestranda em Ciências da Informação, ambos pela UFC.

Jornalismo corajoso e necessário

A segunda temporada do documentário Guerra Sem Fim estreou na última segunda-feira. Jornalismo corajoso e necessário em tempos violentos
Tipo Análise
Segunda temporada do documentário Guerra Sem fim estreou na semana passada. Novo episódio será lançado nesta segunda, dia 12 (Foto: Abertura Raphael Góes)
Foto: Abertura Raphael Góes Segunda temporada do documentário Guerra Sem fim estreou na semana passada. Novo episódio será lançado nesta segunda, dia 12

O Ceará vem sofrendo há alguns anos com a ação das facções criminosas, sejam as que possuem braços em outros estados, sejam as criadas aqui após dissidências. Mesmo essa violência atingindo todo o Estado, os bairros periféricos da Grande Fortaleza são os que mais sofrem com essa realidade. Em 2020, a estreia do O POVO , portal multistreaming do O POVO, contou com o lançamento do documentário Guerra Sem Fim. Em três episódios, foi mostrado o grave problema que vivemos, a partir da maior onda de violência no Ceará ocorrida em 2019.

A segunda temporada da série estreou na última segunda-feira. Um trabalho primoroso, mas antes de tudo corajoso. É jornalismo na sua essência. Uma forma de denunciar o caos em que vivemos, mas não só. Mostra como é cruel a vida das pessoas afetadas pela violência. Há relatos de gente que perdeu o pouco que tinha. Antes de ser uma questão de segurança pública, o documentário mostra que é um problema habitacional, de saúde, de humanidade. Só chegou à segurança porque o espaço social não foi devidamente ocupado pelo poder público.

"A primeira temporada do Guerra Sem Fim apresentou a ação das facções no cotidiano da Cidade. Nos episódios da segunda temporada aprofundamos a investigação sobre como isso impacta - de forma quase silenciosa para o restante da população - na rotina de pessoas que moram na periferia da Cidade. Um choque de realidade necessário diante de um problema que insiste em ser invisibilizado por muitos setores da sociedade", detalha a editora-executiva de Audiovisual, Cinthia Medeiros, que coordenou a produção da segunda temporada.

Mais uma vez, o jornalismo se mostra essencial. É duro ver tamanha barbaridade a qual as famílias são expostas. Mas, é necessário assistir e entender o nosso papel de mostrar e cobrar uma cidade mais justa para todos.

Audiovisual, um caminho sem volta

Com as novas tecnologias, o jornalismo possui mais ferramentas para levar a informação ao leitor. Já falei algumas vezes por aqui como é importante entender que nosso leitor é diverso. Alguns preferem o impresso, outros gostam das redes sociais. Tem os que não deixam de escutar nossos podcasts e os que entram no portal várias vezes ao dia para se atualizar. Investir no audiovisual é crucial para contemplar mais ainda a audiência. "O POVO já vem investindo na linguagem audiovisual documental há alguns anos, geralmente em conteúdos atrelados à cobertura jornalística produzida pela Redação. Com o lançamento da plataforma O POVO , vimos a importância de dar vida própria a esse tipo de conteúdo a partir de diversas temáticas. Guerra Sem Fim foi a nossa primeira grande produção assinada com a marca OP , mas muitas outras virão e com as mais diversas abordagens, como educação e meio ambiente", explica Cinthia Medeiros. Amanhã, o segundo episódio da temporada será lançado.

Cuidados necessários com publicidade

Na semana que passou, um leitor mandou mensagem para a ombudsman alertando sobre um post feito no perfil do O POVO no Instagram acerca do tipo de investimento Daytrade. Para ele, da forma como publicamos (Cangaceiro Trader ensina como fazer R$ 100,00 por dia em minissérie no Youtube), levaria muita gente a perder dinheiro. "Me incomodei porque tenho visto uma divisão entre influenciadores focados em educação financeira, falando sobre construção de patrimônio, pensamento de longo prazo, e outras pessoas que não são da área divulgando coisas como 'ganhe dinheiro rápido'", comentou o leitor.

Um dia depois da postagem, na quarta-feira, publicamos uma reportagem onde um especialista destacava o risco. "Hoje cobro que as pessoas entrem no Daytrade da forma responsável. Esse não é um mercado para todo mundo, mais de 90% das pessoas que entram nesse mercado acabam perdendo dinheiro", destacou o especialista.

O post publicitário ficou restrito ao Instagram. Estava com a marcação de "publieditorial", informando ao leitor que se tratava de um anúncio. E não havia matéria no portal. A peça publicitária foi feita apenas para a rede social. "Nos mantemos atentos e criteriosos quanto ao material publicado. Daytrade é um tipo de investimento, de risco, no entanto, totalmente legal. O youtuber apenas anuncia que ensina esse tipo de investimento. O curso é para quem quer entender e fazer por si mesmo o investimento", defende Alexandre Medina Néri, diretor de Negócios, Marketing e Projetos Especiais.E finaliza: "Ao publicar um publieditorial sobre Daytrade, o jornal não diz que isso é o certo a se fazer. Estamos abrindo espaço, sinalizado pago, para que as pessoas conheçam o que o mercado oferece, dentro da lei".

Mesmo sendo publicidade, acredito que o Grupo de Comunicação O POVO deva ter o máximo de cuidado com o conteúdo pago. É a nossa audiência que é impactada. Talvez, um título que fosse menos assertivo já tivesse resolvido a questão. Concordo que não há problema em vender um curso em um post publicitário. Mas lançar a promessa de ganho de R$ 100,00/dia pode soar sensacionalista.

ATENDIMENTO AO LEITOR

DE SEGUNDA A SEXTA-FEIRA, DAS 8H ÀS 14 HORAS

"A Ombudsman tem mandato de 1 ano, podendo ser renovado por acordo entre as partes. Tem status de editora, busca a mediação entre as diversas partes. Entre suas atribuições, faz a crítica das mídias do O POVO, sob a perspectiva da audiência, recebendo, verificando e encaminhando reclamações, sugestões ou elogios. Ela também chefia área editorial focada na experiência do leitor/assinante e que tem como meta manter e ajustar o equilíbrio jornalístico a partir das demandas recebidas e/ou percebidas. Tem estabilidade contratual para o exercício da função. Além da crítica semanal publicada, faz avaliação interna para os profissionais do O POVO".

CONTATOS

EMAIL: OMBUDSMAN@OPOVODIGITAL.COM

WHATSAPP: (85) 98893 9807

 

Foto do Juliana Matos Brito

Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?