Juliana Matos Brito é formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Trabalha no O POVO há 20 anos. Atuou como repórter e editora do núcleo Cotidiano, que reunia as áreas de Ceará, Fortaleza, Ciência & Saúde e Esportes. Também foi editora de Audiência e Convergência do Grupo de Comunicação O POVO e editora-executiva do Digital e da editoria de Cidades. Tem especialização em Jornalismo Científico e é mestranda em Ciências da Informação, ambos pela UFC.
Além do acompanhamento sobre o caso, O POVO trouxe análises sobre a epidemia de violência contra a mulher. O assunto é grave e deve estar sempre na mídia. Quanto mais informação de qualidade circular, melhor para que esse ciclo de violência diminua. Segundo a jornalista Marina Solon, doutoranda e pesquisadora em Gênero e Comunicação, o papel da imprensa é essencial nessas questões. "Primeiro porque dá a perspectiva de que problemas aparentemente pessoais são na verdade questões públicas porque envolvem uma estrutura de ordem social. A violência doméstica não ocorre de forma isolada, mas tem raiz na distribuição desigual de poder entre homens e mulheres na sociedade, na construção da imagem social do homem forte, enquanto à mulher é reservado um espaço de submissão", detalha.
E é justamente para desconstruir essa realidade tão cruel que a imprensa tem função nessa cobertura. "Quando a imprensa noticia esses casos dá uma perspectiva macro, deixando mais notável a problemática estrutural da violência, que pode vitimar qualquer mulher inserida nessa estrutura desigual dos papéis sociais de gênero. Também ajuda na questão da representação, onde outras mulheres podem vislumbrar um contexto de acolhimento, compreensão e possibilidade de saída", analisa Marina.
"A imprensa precisa ser ponte entre a sociedade civil e o acesso à justiça nesses casos (de violência doméstica). Uma das barreiras que impedem mulheres de chegar à Lei Maria da Penha é justamente o desconhecimento dos trâmites legais. A imprensa pode ter esse papel pedagógico", explica Marina Solon. E mais. Assim como no caso do DJ Ivis, que conseguimos trazer matérias sobre o assunto além da factualidade, é preciso que o tema relacionado ao machismo e à violência sejam recorrentes em nossas páginas, sejam virtuais, sejam impressas. "Será um avanço quando a imprensa, para além de noticiar os auxílios legais, passar a debater essa construção social desigual de gênero que confere poder desmedido aos homens enquanto subjuga mulheres", ilustra a pesquisadora.
O editor-chefe de Cotidiano, Érico Firmo, destaca que foram discutidos entre a equipe vários momentos da cobertura, desde o início, ainda no domingo, 11, quando as imagens foram divulgadas, até após a prisão do agressor. "Primeiro, o esforço foi para mostrar a repercussão do caso, as medidas das autoridades, o andamento da investigação, a repercussão e a dimensão do caso. Em paralelo, tentamos também entender a violência doméstica em si e por que muitas vezes se inibe as mulheres de fazerem as denúncias. Também houve uma tentativa de explicar o caso, diante da profusão de informações. A cronologia e o que tinha se passado. Na sequência da prisão, o esforço passou a ser explicar o enquadramento jurídico e as consequências a seguir", detalha.
A cobertura do caso do DJ Ivis pode até diminuir com o tempo e com o desenrolar das decisões judiciais, mas o acompanhamento em relação à violência doméstica deve ser recorrente. Enquanto durar essa realidade, O POVO deve continuar sendo veículo de informação e educação para a comunidade. Uma mudança na sociedade é urgente. Não há mais como aceitar violências desse tipo. É como a farmacêutica cearense Maria da Penha, que deu nome à lei especializada na proteção de vítimas de violência doméstica, disse no programa Papo de Mulher desta semana, apresentado por Maísa Vasconcelos, na rádio O POVO CBN: "Hoje, isso (a violência doméstica) não é mais possível. Nós temos que falar alto, procurar denunciar". E que a imprensa seja cada vez mais um canal para que informações sobre o assunto sejam divulgadas, um espaço de difusão de como se proteger de uma barbaridade como essa e de como devemos desconstruir essa noção de desigualdade de gênero.
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