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Jogos de madrugada e o desafio da cobertura
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Juliana Matos Brito é formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Trabalha no O POVO há 20 anos. Atuou como repórter e editora do núcleo Cotidiano, que reunia as áreas de Ceará, Fortaleza, Ciência & Saúde e Esportes. Também foi editora de Audiência e Convergência do Grupo de Comunicação O POVO e editora-executiva do Digital e da editoria de Cidades. Tem especialização em Jornalismo Científico e é mestranda em Ciências da Informação, ambos pela UFC.

Jogos de madrugada e o desafio da cobertura

Uma cobertura de madrugada traz mudanças para a Redação e para os leitores. E todos ganham quando as mudanças positivas são incorporadas ao seu dia a dia
Tipo Análise
Vôlei: as brasileiras chegaram à final da Olimpíada de Tóquio 2020. Cobertura multiplataforma levou informações em diversas mídias (Foto: YURI CORTEZ / AFP)
Foto: YURI CORTEZ / AFP Vôlei: as brasileiras chegaram à final da Olimpíada de Tóquio 2020. Cobertura multiplataforma levou informações em diversas mídias

Os Jogos Olímpicos 2020, após adiamento por um ano por conta da pandemia, terminam neste domingo, dia 8. Um desafio para os atletas, para a organização e para os jornalistas do mundo todo. Um evento realizado com diversas mudanças. Muitos cuidados e, infelizmente, com aumento no número de infectados no Japão. Duas realidades impactaram diretamente a cobertura das Olimpíadas no O POVO. A primeira foi a decisão editorial de não mandar correspondentes, como ocorria em eventos passados. A segunda foi o fuso horário, que trouxe prejuízos diretos ao impresso pelo horário de fechamento.

No primeiro caso, o editor de Esportes, André Bloc, explica que a distância e a pandemia, que impediu que tivéssemos equipe in loco, foi um dos desafios da cobertura. "Ir a Tóquio em meio à pandemia era mais ônus que bônus. A transmissão hoje em dia é em tempo real, em mídias sociais e TVs. O que poderíamos trazer de lá é uma profundidade humana. Seria bom. Mas, pelo horário, também seria complicado. Então, acaba que era um custo elevado sob risco sanitário, algo que nos fez descartar a possibilidade", detalha. É claro que, para nós jornalistas, acompanhar in loco um evento desse porte é importante para trazermos um olhar nosso do que acontece. Sempre houve um esforço para que isso ocorresse. Mas é completamente compreensível que, em tempos de pandemia e de cuidado redobrado, isso pudesse não ocorrer.

Acompanhei a cobertura do O POVO pelas redes sociais, pelo portal e pelo impresso durante todos os dias, desde os primeiros jogos em julho. E considero que, de forma geral, a equipe conseguiu trazer um belo material para o leitor. O grande prejudicado nesse período foi o impresso, já que o horário de fechamento das páginas para ir ao industrial era impedimento de que decisões que ocorriam na madrugada fossem publicadas no papel.

Cobertura multiplataforma, como tinha de ser!

Em mais de 15 dias de competição, vi prejuízos em apenas dois momentos. Em 21 de julho, lá no começo dos jogos, quando a seleção brasileira feminina de futebol goleou a China. Demos destaque ao fato no dia seguinte, 22, sendo que o jogo havia ocorrido na madrugada do dia anterior. Era um assunto velho, apesar de importante. Na edição na última quinta-feira, o jornal impresso trouxe uma matéria sobre a vitória do Brasil contra a Rússia no vôlei feminino e, no textinho logo abaixo do título, trazia: "Time masculino também enfrenta os russos, em decisão de vaga na final". Sendo que essa decisão do masculino já havia acontecido de madrugada. Eu li o texto às 7h, como muitos leitores podem ter lido. O Brasil havia tido uma derrota e iria disputar apenas o bronze. Esse problema do fuso horário acabou fazendo com que a informação já estivesse velha.

No portal, foi mais fácil acompanhar em tempo real e estar sempre atualizado. Com o horário do fechamento industrial, para a impressão do jornal, essa atualização se tornou impossível para o jornal impresso. O que fez com que a equipe precisasse analisar bem o que deveria ser publicado para não ficar muito antigo. Apenas esses dois momentos me chamaram atenção em relação à cobertura. O que considero detalhes frente a um gigantesco trabalho feito pela equipe. Portanto, a cobertura do impresso precisou ser calibrada diariamente. Deixar em destaque o horário de fechamento do quadro de medalhas publicado foi interessante para que o leitor entendesse que, ao pegar o impresso pela manhã, poderia estar desatualizado. Mais análises deram ritmo aos textos do impresso. Um ganho também para a cobertura.

Nesse sentido, era preciso entender que o portal O POVO e seus perfis nas redes sociais teriam protagonismo. Como leitora, uma das ações que mais gostei foi de assistir aos stories no Instagram de manhã com as informações da madrugada. Além do texto ("enquanto você dormia") que destacava todos os dias de manhã o resumo do que havia acontecido na madrugada. "Para que nosso público notasse essa cobertura multiplataforma, criamos formatos com identidade visual própria das olimpíadas. Peças de notícias olímpicas, dos medalhistas (ouro, prata e bronze), quadro de medalha adaptado, agenda do dia e o "enquanto você dormia", que foi sucesso. Tivemos ainda uma live fixa toda manhã chamada de "café olímpico", com um repórter de Mídias Sociais, um de Esportes e um colunista", detalha Glenna Cherice, editora-executiva de Mídias Sociais.

Acredito que O POVO saiu fortalecido dessa cobertura. Um dos pontos que vejo como definidores de uma nova rota a ser seguida é o formato de noticiário 24h, com equipe agora de madrugada. "Para além da equipe (de Esportes), foi um evento-teste da faixa de horário. É um novo desenho de fluxo noticioso que a gente inaugurou", destaca Bloc. "O impacto está sendo positivo, o engajamento está alto, estamos com boa presença no cenário nacional e quem quiser pode buscar nossa hashtag #OlimpíadasOPOVO e conferir tudo que foi postado nas redes", detalha Glenna. Momento de cobertura diferenciada como esse faz com que o jornal teste novas formas de trabalho e leve mudanças ao leitor, como essa do horário ampliado. A audiência agradece.

ATENDIMENTO AO LEITOR

DE SEGUNDA A SEXTA-FEIRA, DAS 8H ÀS 14 HORAS

"A Ombudsman tem mandato de 1 ano, podendo ser renovado por acordo entre as partes. Tem status de editora, busca a mediação entre as diversas partes. Entre suas atribuições, faz a crítica das mídias do O POVO, sob a perspectiva da audiência, recebendo, verificando e encaminhando reclamações, sugestões ou elogios. Ela também chefia área editorial focada na experiência do leitor/assinante e que tem como meta manter e ajustar o equilíbrio jornalístico a partir das demandas recebidas e/ou percebidas. Tem estabilidade contratual para o exercício da função. Além da crítica semanal publicada, faz avaliação interna para os profissionais do O POVO".

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