Juliana Matos Brito é formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Trabalha no O POVO há 20 anos. Atuou como repórter e editora do núcleo Cotidiano, que reunia as áreas de Ceará, Fortaleza, Ciência & Saúde e Esportes. Também foi editora de Audiência e Convergência do Grupo de Comunicação O POVO e editora-executiva do Digital e da editoria de Cidades. Tem especialização em Jornalismo Científico e é mestranda em Ciências da Informação, ambos pela UFC.
Quando a gente fala de jornalismo, há diversas modalidades, todas importantes. Temos aquela notícia factual, aquele acompanhamento sobre o que está ocorrendo no momento. Temos o comportamento, as matérias mais ligadas a cultura e entretenimento, temos o jornalismo opinativo, as análises. Todas as áreas nos trazem benefícios com informações que nos mostram a realidade, o que acontece na nossa cidade, no País e no mundo. Análises que nos fazem pensar e formar nossa opinião própria. E entretenimento, o que nos faz escapar, muitas vezes, da realidade e curtir momentos de lazer e arte. Cada um com sua importância e espaço nesse mundo que é o jornalismo.
Essa semana, quero destacar duas produções publicadas no OP+ que demonstram de forma indiscutível a força e a importância do jornalismo. A primeira foi a reportagem escrita por Catalina Leite sobre a Década do Oceano. Em dois episódios já disponíveis para o leitor, O POVO mostra por que o oceano é essencial para a vida na Terra e as relações entre pescadores artesanais, rio e mar e a vida que pulsa a partir dessa rotina. Em um tempo em que precisamos tanto falar sobre emergência climática, e estamos vivendo isso com urgência em um ano que podemos ter racionamento de energia no Brasil em meio a tantos desastres ambientais, olhar para o oceano que nos banha e nos dá lazer e sustento é fundamental.
"Quando a gente fala sobre o Oceano, a imensidão de temas e problemáticas meio que te engolem. A sensação é de que há muito o que se falar e pouco espaço pra dizer. Mas enquanto eu lia sobre o assunto, o que mais chamou a atenção foi a importância que a ONU tem dado para a construção de uma cultura oceânica: não tem como a gente alcançar bons resultados na proteção do oceano se ele for desconhecido pela população geral", explica Catalina sobre a Década do Oceano - de 2021 a 2030.
Meio ambiente, educação, democracia e política
A repórter ainda relata que falar sobre oceano é bem mais amplo do que se imagina. "Durante as pesquisas e entrevistas, eu percebi como os conceitos de inclusão, equidade e diversidade são essenciais para discutirmos meio ambiente a partir do ponto de vista humano e social - como deveria ser sempre".
O outro assunto relevante que foi publicado essa semana e destaco entre os mais ricos materiais que li foi o especial sobre os 100 anos de Paulo Freire. O aniversário será só em 19 de setembro, mas três episódios da reportagem que conta a história desse brasileiro tão especial já foram publicados desde o fim de agosto. A gente mostra quem é o educador; a importância dele para o Mundo; por que ele, como o pensador mais citado no Exterior, é tão polêmico no Brasil e questionado por conservadores, e ainda histórias emocionantes de pessoas que se alfabetizaram pelo método. As repórteres Gabriela Custódio e Marcela Tosi adentraram nessa área da educação, conversaram com especialistas e com um filho do educador para trazer um dossiê robusto sobre a nossa história.
Gabriela Custódio comenta que desenvolver essa reportagem "foi uma experiência riquíssima". "Uma das coisas que achei mais bonitas enquanto pesquisava foi o que o processo de aprender a ler e escrever significou para a vida das pessoas que foram alfabetizadas em Angicos. Inclusive a Marcela Tosi traz isso no Episódio 3, quando conta a história de Eneide Araújo (no RN) e de cearenses que também tiveram a vida transformada a partir desse aprendizado", detalha. "Além disso, a fala de cada um dos estudiosos com quem conversamos, que chegaram a conhecê-lo e/ou que estudaram o legado dele, me fizeram refletir sobre a importância da valorização da história de vida do outro. Acredito que esse é um dos ensinamentos dele que todos, não só educadores, podemos aplicar em nossas relações, profissionais ou pessoais", realça a repórter. Essa emoção e essa reflexão sobre a vida saltam o texto e chegam dentro de nós, leitores. O jornalismo muda a gente. E senti isso, de forma intensa, ao me deparar com essas duas reportagens.
Editorial necessário
Não poderia deixar de destacar o editorial publicado na quarta-feira. Com o título "É preciso conter o golpismo", O POVO foi direto em relação ao que acredita ser um momento delicado da nossa democracia. Às vésperas de um 7 de setembro que se desenha tenso, acredito que o jornal acerta ao demarcar o território. Sobre o assunto, a diretora de Jornalismo do Grupo de Comunicação O POVO, Ana Naddaf, esclarece: "É nosso papel, enquanto espaço de debate público, explicitar uma posição clara sobre a defesa da democracia e das instituições, como também da promoção de um estado de harmonia e estabilidade dentro deste jogo democrático. Principalmente, em um já inflamado cenário de extremismo. Um chamamento para o compromisso com a legalidade, com a responsabilidade e com o bem comum. Defesa esta que faz parte do nosso fundamento. Tanto que consta de forma expressa na nossa carta de princípios editoriais". Textos como esse não são apenas importantes para o momento que vivemos. São essenciais para mostramos à sociedade de que lado da história estamos.
ATENDIMENTO AO LEITOR
DE SEGUNDA A SEXTA-FEIRA, DAS 8H ÀS 14 HORAS
"A Ombudsman tem mandato de 1 ano, podendo ser renovado por acordo entre as partes. Tem status de editora, busca a mediação entre as diversas partes. Entre suas atribuições, faz a crítica das mídias do O POVO, sob a perspectiva da audiência, recebendo, verificando e encaminhando reclamações, sugestões ou elogios. Ela também chefia área editorial focada na experiência do leitor/assinante e que tem como meta manter e ajustar o equilíbrio jornalístico a partir das demandas recebidas e/ou percebidas. Tem estabilidade contratual para o exercício da função. Além da crítica semanal publicada, faz avaliação interna para os profissionais do O POVO".
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