Juliana Matos Brito é formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Trabalha no O POVO há 20 anos. Atuou como repórter e editora do núcleo Cotidiano, que reunia as áreas de Ceará, Fortaleza, Ciência & Saúde e Esportes. Também foi editora de Audiência e Convergência do Grupo de Comunicação O POVO e editora-executiva do Digital e da editoria de Cidades. Tem especialização em Jornalismo Científico e é mestranda em Ciências da Informação, ambos pela UFC.
Semana que começou com o Pandora Papers e terminou com o Nobel da Paz para dois jornalistas mostra a força e importância do jornalismo sério, comprometido e investigativo para a humanidade
Um imenso esforço jornalístico para trazer dados importantes para todas as pessoas do planeta. No Brasil, ficamos sabendo que o Ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, possuíam investimento em paraísos fiscais. A defesa do ministro informou apenas que a empresa aberta estava declarada à Receita Federal. Mas ainda não falou nada sobre o ganho que teve no período com a desvalorização do Real frente ao Dólar (avaliado em R$ 14 mil por dia). Agora, os dois foram convocados ao Congresso para falar sobre o assunto. São dois personagens do Governo responsáveis pelas principais decisões econômicas do País. O caso é gravíssimo.
Na editoria de Política, publicamos matéria ainda na segunda-feira, destacando a investigação do Consórcio Internacional. Na terça-feira, continuamos no assunto tratando sobre a investigação iniciada pela Procuradoria Geral da República (PGR). Na quarta, o destaque foi maior: manchete do jornal informava sobre a convocação de Guedes na Câmara para explicar a situação. Na quinta, não tivemos matéria sobre o assunto. Mas os colunistas Guálter George e Plínio Bortolotti trouxeram textos na edição com análise sobre o assunto. Na sexta, o assunto sumiu da edição impressa. Um fato tão grave como esse deve ser noticiado à exaustão. Não dá para acharmos natural e ficar por isso mesmo. O Pandora Papers, como é chamada a investigação, é definido pelo ICIJ como a maior investigação da história do jornalismo que expõe um sistema financeiro paralelo que beneficia os mais ricos e poderosos do mundo. Um esforço dessa magnitude não pode ser esquecido ou escondido. É preciso lançar luz sempre. É o nosso papel.
Nobel da Paz para jornalistas
Para fechar a semana com grandes notícias para o jornalismo, amanhecemos a sexta-feira com a informação de que os jornalistas Maria Ressa, das Filipinas, e Dmitry Andreyevich Muratov, da Rússia, ganharam o prêmio Nobel da Paz de 2021. Eles foram escolhidos pelo "esforço para proteger a liberdade de expressão". Em tempos em que a imprensa e a democracia são rotineiramente atacados, essa escolha deve ser celebrada. Nunca tivemos tanto a certeza da importância do jornalismo para o planeta. É como se cada jornalista do mundo fosse também homenageado. É com esse sentimento que fico: nossa função é primordial para a democracia e para a paz.
Uma correção necessária
Na coluna da semana passada, equivocadamente, informei que o DataDoc, área responsável pelo jornalismo de dados do O POVO, teria feito apenas a primeira parte da reportagem sobre os 1.000 Dias de Bolsonaro no Governo. A jornalista Thays Lavor, editora-chefe e jornalista de dados, me explicou que, na verdade, a área é responsável por toda a concepção, coordenação e produção do especial, desde as pautas, edição, metodologia e transparência. "Mas o projeto só foi possível também porque contamos com a parceria das editorias de Política, Economia, Cotidiano, OP e Cultura, que nos cederam os repórteres que assinam os capítulos. Em cada capítulo, o DataDoc, além de editar, também colaborou com as análises e visualizações de dados. Também acompanhamos o processo das infografias para o impresso", detalha. Ela explica ainda que o material começou a ser publicado ainda em agosto. O primeiro foi a votação das charges que melhor representavam o governo Bolsonaro.
Depois, foi publicada uma matéria geral sobre os 1.000 dias (Bolsonaro em 1000 dias - Rejeitado, armado e perigoso à democracia). E, sem seguida, o episódios 1 (política, dia 28/9), 2 (Economia, dia 1º/10) e 3 (Pandemia, dia 5/10). Mais dois episódios devem ser publicados até a próxima terça-feira, fechando a produção sobre os 1.000 dias de Bolsonaro. Explico aqui mais detalhadamente pois considero um grande esforço jornalístico que deve ser claramente entendido pelo leitor. E dou o crédito à editoria que vem realizando um belíssimo e decisivo trabalho relacionado à análise de dados.
ATENDIMENTO AO LEITOR
DE SEGUNDA A SEXTA-FEIRA, DAS 8H ÀS 14 HORAS
“A Ombudsman tem mandato de 1 ano, podendo ser renovado por acordo entre as partes. Tem status de editora, busca a mediação entre as diversas partes. Entre suas atribuições, faz a crítica das mídias do O POVO, sob a perspectiva da audiência, recebendo, verificando e encaminhando reclamações, sugestões ou elogios. Ela também chefia área editorial focada na experiência do leitor/assinante e que tem como meta manter e ajustar o equilíbrio jornalístico a partir das demandas recebidas e/ou percebidas. Tem estabilidade contratual para o exercício da função. Além da crítica semanal publicada, faz avaliação interna para os profissionais do O POVO”.
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