Juliana Matos Brito é formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Trabalha no O POVO há 20 anos. Atuou como repórter e editora do núcleo Cotidiano, que reunia as áreas de Ceará, Fortaleza, Ciência & Saúde e Esportes. Também foi editora de Audiência e Convergência do Grupo de Comunicação O POVO e editora-executiva do Digital e da editoria de Cidades. Tem especialização em Jornalismo Científico e é mestranda em Ciências da Informação, ambos pela UFC.
Com a Internet, o mundo das notícias está cada dia mais rápido. E um fato do dia anterior no jornal impresso deve ser, sempre que possível, acompanhado de análises que avancem em relação à factualidade. Justamente para não parecer algo velho e já visto
Um assunto tomou conta do noticiário político nacional da última semana: a guerra entre Ciro, do PDT, e Lula, do PT. O assunto não é novidade, mas havia sido prometida uma trégua. Na edição impressa do último domingo, O POVO trouxe uma reportagem sobre o tema e parecia até que estava adivinhando o que aconteceria nos dias seguintes. Com o título "Até onde vai a trégua", o material trazia as informações sobre o clima acirrado desde as eleições de 2018, os altos e baixos entre Lula e Ciro e a desconfiança, entre petistas, de que essa bandeira branca realmente continuaria hasteada.
A última quarta-feira, foi quando essa trégua terminou. Um dia de ataques entre Ciro e a ex-presidente Dilma pelas redes sociais. Tudo amplamente noticiado pelos portais e compartilhado pelas redes sociais. Para o impresso do dia seguinte, esperei um material mais robusto com análises, principalmente sobre as razões de Ciro Gomes para não cumprir o acordo e um diagnóstico dos cientistas políticos sobre o motivo dessa guinada do pedetista. A matéria do impresso, que foi a manchete do jornal, no entanto, trazia apenas a factualidade da discussão entre eles, deixando claro cada réplica e tréplica. Na mesma manhã de quinta-feira, a equipe de Política publicou, no portal, um material bem mais completo. Com análise de estudiosos sobre a estratégia de Ciro Gomes - basicamente seria a aproximação que ele almeja dos eleitores mais à direita.
O editor-chefe de Política, João Marcelo Sena, explica que essa guerra entre Ciro e Lula é um assunto recorrente no O POVO. "Sobre a cobertura na edição da última quinta-feira especificamente, foram tantas trocas de ataques entre Ciro e Dilma no Twitter que optamos por trazer mais o factual, o 'tiroteio' entre ambos nas redes sociais, para não ficar nenhuma fala ausente. Priorizamos o factual porque se alguma fala ficasse de fora, poderíamos desequilibrar o conteúdo. E a sequência de réplicas e tréplicas foram centrais para contar a história. Entendo seu questionamento em relação a uma leitura mais analítica do tema, que acabou ficando de fora do impresso muito também por conta de espaço", detalha Sena.
Ele ainda explica que o material de análise produzido pela repórter Rose Serafim ficou disponível ao leitor logo no início da quinta-feira no portal. Parte deste material analítico foi usado na edição desta sexta-feira, no texto "Estratégia de Ciro é buscar 'desiludidos' com Bolsonaro". Sempre reforço que o material do impresso, principalmente por ter a limitação de espaço, deve ser muito bem avaliado. Deve ser uma curadoria mesmo. Como tudo que é noticiado no portal não cabe no impresso, é um exercício de escolha do melhor conteúdo para o leitor. Nesse caso, considero que a análise sobre o fato era necessária e deveria ter sido publicada ainda na quinta-feira. Mesmo assim, fico satisfeita com o desenrolar das edições. Já que o assunto, tão importante principalmente para os eleitores cearenses, continuou nas páginas do impresso. Na sexta-feira, o leitor do papel teve acesso à análise tão pertinente dos especialistas para entender esse imbróglio todo.
Importante destacar que ainda estamos na pandemia e que todos os protocolos de segurança ainda devem ser seguidos. 30 municípios cearenses ainda registraram mortes em setembro. E nossas crianças ainda não estão vacinadas. "Estas boas notícias têm sido um alento em meio a uma pandemia que já dura quase dois anos. Porém, a nossa responsabilidade é também alertar que o vírus da Covid-19 ainda circula. Temos prevenido sobre este fato quando falamos que ainda não é tempo de deixar de usar máscara ou quando noticiamos sobre a força da variante Delta. Vale lembrar que o jornalismo trabalha com fatos e eles podem ser bons ou ruins. Disso não podemos fugir nunca", defende Tânia Alves, editora-chefe de Cotidiano. Isso é de suma importância: mostrarmos os bons ventos mas não deixarmos de trazer o alerta de que o tempo ainda não é de normalidade e nem de aglomeração.
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