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Adauto Bezerra: entre confidências amorosas
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A jornalista, poeta e escritora Lêda Maria escreve sobre política, cultura e sociedade. É autora de duas edições do livro ''Memória Gastronômica das Famílias Cearenses'' e participante de várias antologias nacionais e internacionais, como ''A Literatura das Mulheres da Floresta'' e ''Assim Escrevem as Brasileiras''.

Lêda Maria comportamento

Adauto Bezerra: entre confidências amorosas

 Adauto Bezerra um ser generoso, afetuoso e amado (Foto: ARQUIVO PESSOAL)
Foto: ARQUIVO PESSOAL Adauto Bezerra um ser generoso, afetuoso e amado

ADAUTO BEZERRA partiu aos 94 anos. O tema da passagem é o tema da Páscoa e ele, em pleno Sábado de Aleluia, fez sua passagem de um modo de vida a um outro modo de vida, da terra para o céu, da vida mortal para a vida eterna. Somos passageiros.

Na consciência desta certeza, Adauto nos deixa uma herança colorida pelo seu entusiasmo pela vida, seu amor à família e uma benquerença ilimitada aos verdadeiros amigos, que ele tão bem soube cultivar e ser cultivado.

Religioso, tinha uma devoção ao "Padim Ciço", considerado integrante da família, e devotava muito admiração e carinho para frei Damião, "meu grande amigo", dizia. Se orgulhava de nunca ter brigado com ninguém e nunca ter tido adversários. Ultimamente, dizia querer voltar para Juazeiro, e pedia aos filhos essa mudança. Adauto Bezerra deixa seis filhos, 14 netos e oito bisnetos, além da amada Silvana, sua estrela e anjo da guarda.

Com o irmão querido Humberto, cuja partida construiu a dolorosa etapa de seu sofrimento e saudade
Foto: ARQUIVO PESSOAL
Com o irmão querido Humberto, cuja partida construiu a dolorosa etapa de seu sofrimento e saudade

QUEM FOI ADAUTO BEZERRA?

"Uma pessoa protetora dos filhos, um pouco autoritário, mas sentimental, com manifestações de afeto espelhadas em beijos tímidos e conselhos. Engraçado, que dizia aceitar opiniões quando pedíamos orientação, mas o que valia era a sua opinião. Uma frase sua que torna-se quase uma jaculatória: "ter coragem sempre, enfrentar bem os problemas, sem perder a alegria". Viveu muito feliz, principalmente, praticando o que mais gostava: trabalhar. Apreciava os momentos para relembrar fatos e histórias, garantindo que "recordar é viver".

MOEMA BEZERRA, filha

"Soube ser um bom cristão, tinha temor a Deus e praticava a caridade, tentando principalmente melhorar as dificuldades dos muitos necessitados. Não era um homem do amanhã, era um homem do hoje, acompanhando os fatos, participando, construindo idéias. Era simples, correto e honesto. Mantinha uma máxima: " só o amor e o trabalho movem o homem para a felicidade". Seu lado sentimental expressava na música. Dedicava, ultimamente, horas ouvindo suas canções preferidas, a maior delas era "A Deusa da Minha Rua", muitas vezes cantada por ele no meu ouvido. Era um homem lindo!"

SILVANA BEZERRA, esposa

Na galeria dos grandes amigos, alguns opinaram entre lágrimas e saudades...

"Era meu amigo irmão. Profundo conhecedor da problemática nordestina, principalmente do Ceará. Pelo trabalho, missão política e liderança em todos os cargos que ocupou faz a nossa história. Tinha uma alma pura, sentimentos à flor da pele, profundamente sensível ao sofrimento das pessoas e gostava muito de música, às vezes, cantávamos juntos as canções de amor", 

ERNANDO UCHÔA

"Foi sempre uma pessoa bondosa, ética e íntegra. Um amigo presente, não suportando ver o outro sofrer sem tentar acolher, ajudar. Fez muito pelo Ceará, exercendo muito bem seu trabalho como político, militar e líder, assumindo o diálogo como peça chave para suas idealizações e conquistas"

VANDOCYR ROMERO

"Foi um amigo especial e permanente conselheiro, desde o ano de 1971, quando nos encontramos na Assembléia Legislativa do Ceará. Ao longo desses 50 anos cultivamos uma sólida e efetiva amizade. Foi um exemplo de homem público, sempre voltado para o bem-estar do nosso povo e do desenvolvimento do Estado. É um símbolo de dedicação e amor à nossa terra e à nossa gente", 

LEORNE BELÉM

Cultivando os amigos queria sempre encontrá-los. Na foto, Adauto com a amada Silvana e Lêda Maria e Souto Paulino
Foto: ARQUIVO PESSOAL
Cultivando os amigos queria sempre encontrá-los. Na foto, Adauto com a amada Silvana e Lêda Maria e Souto Paulino

"Foi um grande amigo, sempre me apoiando e estimulando o meu trabalho de jornalista e até meu vício: levava pacotes de cigarros quando eu trabalhava na Assembleia Legislativa. Sempre cortez, educado, tratava todos por igual, não fazia nenhuma distinção. Construiu parte da história do Ceará, como líder que soube ser", 

ADISIA SÁ

"Uma das pessoas mais importantes da minha vida pública. Foi meu líder, e nos últimos 45 anos mantivemos uma sólida amizade onde acompanhei seu exemplo de lealdade, empenho na palavra, seu bem-querer aos amigos, e sua generosidade vivenciada diretamente na Santa Casa de Misericórdia de Fortaleza. Lá, ele era uma presença quase diária, buscando todos os meios para socorrer aquela unidade, buscando os amigos, inclusive para colaborar e tornar o espaço a casa dos pobres enfermos e doentes", 

LUIZ MARQUES 

"Desde a minha adolescência em Juazeiro, eu e minhas amigas admirávamos sua elegância e simpatia. Depois, mais que isso, passamos a reverenciar um Ser responsável e dinâmico como político e empresário, revestido também de muita alegria e cordialidade"

SELMA PAGNERETTI

 

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