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Explicando o rebaixamento do Ceará em 4 pontos
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Lucas Mota é editor-chefe de Esportes do O POVO e da rádio O POVO CBN. Estudou jornalismo na Universidade 7 de Setembro e na Universidad de Málaga (UMA). Ganhou o Prêmio CDL de Comunicação na categoria Webjornalismo e o Prêmio Gandhi de Comunicação na categoria Jornalismo Impresso, e ficou em 2º lugar no Prêmio Nacional de Jornalismo Rui Bianchi

Lucas Mota esportes

Explicando o rebaixamento do Ceará em 4 pontos

É uma reta final que ofusca tudo que foi construído até então
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O maior erro da diretoria alvinegra ocorreu na segunda janela (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal O maior erro da diretoria alvinegra ocorreu na segunda janela

Vale destacar que o Ceará foi além da minha expectativa na maior parte do campeonato com uma campanha de meio de tabela, que não brigou por rebaixamento rodada a rodada. Mas jogou toda a trajetória de tranquilidade pelo ralo nas rodadas finais. É uma reta final que ofusca tudo que foi construído até então.

1. Elenco e comissão técnica

É inadmissível que, diante da chance clara que se desenhou, o Ceará não tenha conseguido confirmar a permanência. Como explicar que um time vindo de três jogos de invencibilidade — incluindo empate no clássico e duas vitórias maiúsculas contra Fluminense e Corinthians — tenha simplesmente desabado nos cinco compromissos finais?

Na hora decisiva, esse elenco e essa comissão técnica não foram capazes de vencer sequer um desses jogos.

Vina tem culpa? Evidente. Sua passagem foi frustrante: não decidiu, perdeu gols inacreditáveis e ainda foi expulso contra o Internacional. Mas ele é apenas um entre muitos que ficaram devendo.

Na reta final, quem realmente fez sua parte quando conquistar três pontos parecia algo fácil?

Se os jogadores pipocaram na hora H, Léo Condé também falhou. Não encontrou soluções no momento chave, e sua imagem fica marcada na torcida alvinegra como a de um treinador sem repertório.

2. Diretoria

O maior erro da diretoria alvinegra ocorreu na segunda janela. O clube montou um time “operário” no início da temporada, competitivo mesmo enfrentando rivais financeiramente superiores. Funcionou. Mas a segunda janela deveria ser o “plus”, o combustível extra para garantir a permanência sem sustos.

A diretoria foi cautelosa demais no mercado. Prometeu reforços do mesmo nível — ou acima — dos titulares. Isso não se confirmou. Apenas Zanocelo vingou. Vina até ganhou espaço, mas não decidiu nada. O restante das contratações nem merece menção.

3. Jogos-chave

O Ceará falhou justamente nas partidas que definem um campeonato. Os jogos-chave do segundo turno custaram caro: derrotas para Juventude e Internacional em casa, empate com o Sport e derrota para o Vitória fora. Sem pontuar nesses duelos diretos, o rebaixamento virou consequência.

4. Fator casa

Mesmo a torcida fazendo a sua parte, a verdade é que o Ceará não assustou ninguém em casa. Terminou a Série A como o 3º pior mandante da competição. E olha que a torcida do Vovô teve a 6º maior média de público da competição (34.702, número que representa a maior média de um time cearense na era dos pontos corridos da Série A).

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