Marília Lovatel cursou Letras na Universidade Estadual do Ceará e é mestre em Literatura pela Universidade Federal do Ceará. É escritora, redatora publicitária e professora. É cronista em O Povo Mais (OP+), mantendo uma coluna publicada aos domingos. Membro da Academia Fortalezense de Letras, integrou duas vezes o Catálogo de Bolonha e o PNLD Literário. Foi finalista do Prêmio Jabuti 2017 e do Prêmio da Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil – AEILIJ 2024. Venceu a 20ª Edição do Prêmio Nacional Barco a Vapor de Literatura Infantil e Juvenil - 2024.
Elos fortes de uma corrente que deveria ser inquebrantável, se contasse com o suporte de toda a sociedade composta por quem tem o privilégio de exercer de modo pleno seus direitos
Foto: FERNANDA BARROS
Biblioteca Comunitária Viva A Palavra, no bairro Passaré
Antonio Candido — o grande crítico literário brasileiro — equiparava a literatura à alimentação, à saúde, à moradia, à educação, à segurança, à justiça, à livre expressão.
Por isso, garantir o seu acesso a quem é privado da maioria dos direitos essenciais, àqueles que não são atendidos no básico da existência, é vestir a armadura do Cavaleiro da Triste Figura para, em vez de combater moinhos de vento, lutar contra violências de muitos tipos. Em Fortaleza, tais iniciativas sustentam 21 bibliotecas comunitárias.
À frente delas, escritoras, escritores, agentes culturais, pessoas que acreditam no potencial transformador da leitura. Elos fortes de uma corrente que deveria ser inquebrantável, se contasse com o suporte de toda a sociedade composta por quem tem o privilégio de exercer de modo pleno seus direitos.
Nossos Quixotes abrem as salas de suas casas, fazem círculos de cadeiras nos quintais, oferecem alimento para o corpo e para a alma. Se preciso for, dão guarida, teto para um sono seguro — a fim de que crianças e jovens possam sonhar com o que leram nas páginas —, acompanham famílias, evitam que percam as matrículas e deixem os filhos fora da escola.
Foi comovente ouvir o depoimento da querida Ana Argentina Castro, benfeitora da “Papoco de Ideias”. Provamos o sal das lágrimas e ouvimos os tiros em seu relato durante uma das mesas do II Seminário Infâncias Leitoras, promovido na Biblioteca Pública Estadual do Ceará – BECE.
Sim, tem muita gente boa envolvida, disponibilizando tempo de trabalho voluntário e tudo o que arrecadam para manter vivos os seus projetos. Muitos desses empreendimentos informais carecem de espaços estruturados, de mobiliário, de recursos financeiros, de livros. Já fiz doações para alguns. Quero ter livros meus em todos. E sei que isso é pouco.
Se eu escrevesse uma coluna aos sábados, no caderno de cultura mais conhecido dos cearenses, alcançando o público do jornal impresso e do on-line, eu, num sonho quixotesco, usaria esse espaço para convocar todo mundo a conhecer as nossas bibliotecas comunitárias, a apoiá-las, a perguntar “como posso ajudar?” diretamente a elas:
Leônidas Magalhães @leonidasmagalhaes1
Adianto @bibliotecaadianto
Biblioteca Viva @bibliotecavivaoficial
Biblioteca Bate Palmas @bibliotecabatepalmas
Casa Futuro @_casa_futuro
Livro Livre Curió @livrolivrecurio
Criança Feliz @bccriancafeliz
Quintal Cultural @quintalcultural_
Biblioteca da Pastoral do Menor @pamengranjaportugal
Mundo Jovem @bibmundojovem
Jardim Literário @bibliotecajardimliterario
Coisa de Preto @bibliotecapoetavictor
Chico Parafuso @bibliotecachicoparafuso
Cabinhas Leitores @cabinhasleitores
Professora Ada Pimentel @bibliotecaprofadapimentel
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