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Inflação do asfalto: construção pesada desespera
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Jornalista, colunista de Economia da rádio O POVO/CBN; Coordenador de Projetos Especiais do Grupo O POVO DE COMUNICAÇÃO; Co-Autor do livro '50 Anos de Desenvolvimento Industrial do Ceará' e autor dos 'Diálogos Empresariais', dois livros reunindo depoimentos de líderes empreendedores do Estado do Ceará

Inflação do asfalto: construção pesada desespera

O aumento do insumo, que representa até 40% dos custos totais nos contratos com os governos, é considerado pela indústria da Construção Civil Pesada uma fonte geradora de desequilíbrio dos contratos e licitações
Tipo Análise

A partir de hoje, entra em vigor mais um aumento no preço da manta asfáltica nas refinarias. Aqui, na Lubnor, o aumento é de 6,1%. Os reajustes são determinados pela Petrobras, segundo ela, em função do comportamento dos preços internacionais do petróleo.

 

O aumento do insumo, que representa até 40% dos custos totais nos contratos com os governos, é considerado pela indústria da Construção Civil Pesada uma fonte geradora de desequilíbrio dos contratos e licitações.

A Petrobras mudou sua política de preços no início de 2018, operando reajustes trimestrais com fundamento nas variações das taxas de câmbio e dos preços do petróleo no mercado internacional. Desde então, o valor da tonelada do produto já subiu perto de 50 por cento.

Qual a explicação para esses reajustes de um subproduto do refino que custa mais caro do que o querosene de aviação ou da gasolina comum, que são combustíveis refinados?

Como relata fonte do Sindicato da Indústria da Construção Pesada do Ceará: "O impacto natural desses reajustes trimestrais é nos investimentos em rodovias. Os orçamentos públicos são fixados sem contemplar a oscilação dos preços, o que pode significar obras de qualidade inferior ou suspensão de contratos. Um dilema perverso para o crescimento do país".

ANEL VIÁRIO: ATAQUE DIRETO AO DESENVOLVIMENTO

Nada mudou no Anel Viário de Fortaleza. As dificuldades diárias enfrentadas pelas atividades econômicas localizadas na região metropolitana - mais da metade das grandes indústrias e serviços do Ceará estão localizadas entre Aquiraz e o Pecém - desesperam gestores e colaboradores. Para efeito de análise de quem me lê: em pleno rush das 7h da manhã, o tempo de trânsito entre Fortaleza e o Anel para acesso à Maracanaú varia de uma a duas horas. Ele deixou de ser utilizado pelos executivos e funcionários do Porto do Pecém, preferindo a concorrida opção Bezerra de Menezes ou Av. Leste-Oeste. - Abusaram da nossa paciência, comenta engenheiro da CSP, recorrendo à expressão latina.

A VERSÃO DO GOVERNO DO ESTADO E DO DNIT

Importante executivo da Secretaria de Obras Públicas, que preferiu não se identificar, me dá uma versão otimista para a obra. Ainda hoje, conta ele, haverá uma reunião da SOP e DNIT para alinhamentos da nova licitação. Todos os projetos que estavam pendentes já foram entregues e estão em análise para reinício das obras, com licitação simplificada, ordens de serviço e liberação de recursos. Acontece que o consórcio atual, liderado pela Cosampa, tem incomodado o Governo por falta de descumprimento de prazos e outras falhas de execução. Vícios do passado que se esperava superados. Problema de gestão? Talvez.

Vontade política, com certeza. É intrigante o silêncio dos prefeitos da região metropolitana, certamente os mais interessados, diante do caos rodoviário que alimenta o desânimo dos novos investidores nas cidades metropolitanas, que acreditaram nas funcionalidades logísticas do Anel. Como exemplo, o Mega Shop de Maracanaú. Ele ficou pronto. O Anel Viário não.

 

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