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Alimentos mais baratos: patriotismo é suficiente?
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Colunista de Economia, Neila Fontenele já foi editora da área e atualmente ancora o programa O POVO Economia da rádio O POVO/CBN e CBN Cariri.

Alimentos mais baratos: patriotismo é suficiente?

Tipo Opinião
Preços em alta (Foto: DEÍSA GARCÊZ/Especial para O POVO)
Foto: DEÍSA GARCÊZ/Especial para O POVO Preços em alta

Os preços dos alimentos continuam subindo e gerando preocupação. O presidente Jair Bolsonaro, dirigindo-se aos supermercadistas, pediu "patriotismo" para baixarem os custos dos alimentos, mas a questão é bem maior: passa pelo volume de produção, exportação, importação e distribuição.

No caso de Fortaleza, pelos dados do Dieese, os 12 produtos que compõem a cesta básica registraram inflação de 1,63%: houve alta em oito desses 12 itens, fazendo com que o trabalhador gastasse pelo menos R$ 462,13 para adquirir uma cesta completa.

Alguns economistas destacam que, para evitar elevações de preços muito fortes, o governo deve intervir no mercado através de políticas de crédito e de compras. Ou seja: fazendo estoque reguladores para ajudar no abastecimento e regular os preços. Infelizmente, até o momento, são desconhecidas ações nesse sentido sobre commodities como o feijão, por exemplo.

A questão não é só de patriotismo, mas de ações que diminuam as variações. O supervisor do Dieese, Reginaldo Aguiar, também defende uma intervenção do governo na tentativa de equilíbrio. Ele lembra que alguns países fazem isso quando ocorrem problemas que interferem na produção, como geadas.

Uma ação que poderia ser feita, segundo ele, seria a criação de uma cota para exportação. "Esse é um bom momento para se pensar em cota e não apenas deixar a população desassistida diante da pressão de preços", reforça.

O fato é que algo deve ser feito enquanto a pressão inflacionária ainda pode ser controlada.

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Comércio 1

SEMANA DE PROMOÇÕES

A Semana do Brasil, iniciativa do governo para estimular o movimento do comércio nos dias próximos ao feriado de 7 de Setembro, foi considerada oportuna por parte do comércio.

Levantamento realizado pela empresa de pesquisa Toluna, com 853 pessoas de todas as regiões do País, constatou que esse era um bom momento para compras por 84,2% dos entrevistados, com 9,3% considerando o mês de setembro como momento não adequado para compras e 6,3% indiferente ao período de compras.

No caso do Ceará, a Semana do Brasil coincidiu com a campanha Fortaleza Liquida, que acontece até o dia 13. A promoção realizada pela CDL conseguiu a adesão de todos os shoppings, devendo haver o sorteio dos cupons das compras no dia 18, com a entrega dos prêmios.

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Comércio 2

RETORNO DOS CLIENTES

O presidente da CDL, Assis Cavalcante, afirma que os resultados do Fortaleza Liquida estão sendo bons. Ele ressalta que a campanha tem o objetivo de trazer o cliente de volta, aproveitando o período de troca das coleções – diferente do Black Friday, que acaba esvaziando as vendas do Natal.

O comércio tem sentido dificuldades para reposição de estoques, devido à parada da produção no primeiro semestre e às dificuldades de voos. As mercadorias que eram repostas em cinco dias agora demoram entram 10 e 15 dias. Apesar disso, os lojistas sentem a necessidade de giro das mercadorias para atrair os clientes, e as promoções continuam sendo realizadas.

Antonio Nunes, CEO da Angola Cables
Foto: Divulgação
Antonio Nunes, CEO da Angola Cables

Tecnologia 5G

NOVOS INVESTIMENTOS

A pandemia forçou a ampliação da economia digital, mas, na avaliação do CEO da Angola Cables, António Nunes, isso não deve acelerar a implantação da tecnologia 5G, a qual "permitirá o aumento da banda larga, com uma necessidade de internet maior e de infraestrutura para suportar a tecnologia", explica.

Na sua avaliação, isso não ocorrerá de uma hora para outra. "É preciso um investimento muito grande, e as empresas ainda estão pagando os investimentos do 3G e do 4G. Será um processo relativamente lento".

Diante disso, António Nunes acredita que outras empresas, como indústrias e mineradoras, começarão a instalar suas redes de 5G para ter acesso à mais banda larga. "O futuro será uma mistura entre operadoras e proprietários de rede privada", ressalta.

Edital

VENDA DE IMÓVEIS ADJUDICADOS

Até o próximo dia 10, os corretores e as imobiliárias podem fazer seu cadastramento na Caixa Econômica Federal para a venda de imóveis adjudicados (financiados e não pagos). O edital, publicado em julho, é válido por apenas 45 dias.

Trata-se de um filão de mercado, apesar dos riscos considerados por muitos compradores, que temem os processos de desocupação. Os descontos chegam a 80% em relação ao valor de mercado.

A coordenadora do convênio Cofeci-Ceará, Bia Pontes, afirma que a venda dos imóveis adjudicados é bem transparente e a desocupação não é vista como objeção, representando mais um nicho de mercado.

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