A alta nos preços dos alimentos gerou uma pressão sobre supermercados e produtores que lembra o período do governo Sarney. Chamar o Ministério da Justiça para intervir é negar uma responsabilidade do governo de acompanhar os movimentos da economia, principalmente diante da livre concorrência, da alta do dólar e do crescimento das exportações.

Vale ressaltar as diferenças de cenário entre o momento atual e o do ano de 1986, quando foi instituída a figura do "fiscal do Sarney". Ou seja, pessoas estimuladas a atuar quase como "policiais dos preços", diante de situações de desabastecimento.

No caso atual, a situação é absolutamente atípica. Temos um governo que se diz liberal e que precisa tomar providências reguladoras de mercado. A Covid-19 bagunçou todo um cenário e gerou demandas maiores do que eram previstas, inclusive no mercado externo.

O governo joga mais uma vez para plateia, ao pedir explicações sobre as elevações dos preços, cujas respostas ele já sabe. Um dólar caro não interfere apenas nas viagens ao exterior, como insinuou o ministro Paulo Guedes ao falar sobre o fim da temporada das empregadas domésticas brasileiras em Miami; um real desvalorizado impacta em toda a cadeia de consumo, principalmente quando o consumo nacional enfrenta a concorrência das compras realizadas em dólar pelos chineses.

Os brasileiros, mais uma vez, pagam mais caro, mesmo com o agronegócio produzindo mais. O País continua sendo um celeiro para o mundo, mas não para a sua população mais pobre.

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Mercado

PRESSÃO DA DEMANDA

Diante das pressões de mercado, alguns supermercadistas preferem uma posição de neutralidade. Em entrevista à coluna, o presidente dos Mercadinhos São Luiz, Severino Ramalho Neto, ressalta que o setor de supermercado é mero repassador de preços, mas dará as respostas cobradas pelo governo. Na sua avaliação, a situação é transitória, embora ainda vá demorar um tempo para a sua normalização. "O bolso do consumidor não aguenta aumentos; o consumo vai cair", ressalta.

Apesar de toda a situação negativa provocada pela inflação, o empresário considera positiva a pressão da demanda, tanto na China quanto no mercado interno, em função do pagamento do auxílio emergencial. "O pior cenário é o da deflação", destaca. Com a pressão dos preços, ele acredita que devem ser estimuladas a produção e a geração de emprego.

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Shoppings

DESCONTOS DE ATÉ 70%

Os shoppings da rede Ancar Ivanhoe continuam com a temporada de promoções. Até o dia 13 de setembro, North Shopping Fortaleza, North Shopping Jóquei, North Shopping Maracanaú e Via Sul Shopping farão saldos, com descontos de até 70%. Este ano, as vendas online também foram incluídas.

Café

CENTRO INTERNACIONAL

Foi assinado ontem um termo de cooperação para a instalação do Centro Internacional do Café de Sombra, na cidade de Mulungu. O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Acrísio Sena (PT), explicou que o projeto é fruto de viagem à Suécia, realizada ano passado, junto com o deputado Moisés Braz (PT), e Adalberto Alencar, do Cepema. Deve ser instalada uma torrefadora na cidade, e projetos colaborativos também devem ser desenvolvidos, com especial ênfase na produção, processamento e pesquisa do café de sombra agroecológico.

Parceria

SEBRAE E EMBRAPA

O Sebrae e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) realizarão um projeto piloto para a criação de um observatório voltado para o programa AgroNordeste. A proposta é de que gestores e pesquisadores das instituições apresentem, no próximo dia 28, a base conceitual dos trabalhos de monitoramento e de análise das principais tendências no comportamento produtivo de pequenos negócios rurais.

Comércio

CENTRO DE TESTAGEM

O centro de testagem da Covid-19 instalado no Centro de Fortaleza tem apresentado uma procura acima das expectativas. Todos os dias, centenas de pessoas passam pelo local. Ou seja: apesar das aglomerações, muita gente também está preocupada com a doença.