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PIB: crescimento, mas com consumo desigual
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Colunista de Economia, Neila Fontenele já foi editora da área e atualmente ancora o programa O POVO Economia da rádio O POVO/CBN e CBN Cariri.

PIB: crescimento, mas com consumo desigual

Crescimento do PIB reflete consumo das classes média e rica
Tipo Análise
João Mário Santos de França é diretor-geral do Ipece (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação João Mário Santos de França é diretor-geral do Ipece

Há, na Economia, uma diferença clássica nos conceitos entre crescimento e desenvolvimento. A teoria ajuda a compreender as razões pelas quais nem sempre a elevação de indicadores, mesmo sistemáticos, impacta na qualidade de vida das pessoas. O Brasil tem passado longe dessa perspectiva de desenvolvimento sustentado, no qual ocorre uma melhora consistente na vida dos seus habitantes. Na verdade, nos últimos anos, até o crescimento vem sendo comprometido.

Com a pandemia, passamos a comemorar quedas menores, como foi o caso de 2020, quando o Produto Interno Bruto (PIB) teve baixa de 4,1% e não os estimados 10%. Agora, festejamos o PIB de 1,2% no primeiro trimestre de 2021. Este indicador mostra que, em meio ao caos provocado pelo coronavírus, há uma reação do consumo e uma aparente resiliência da economia.

Mas, em um país desigual como o Brasil, é importante perguntar onde a melhora ocorreu. O diretor-geral do Ipece, João Mário de França, faz a seguinte ponderação: "Há uma reação do crescimento do consumo desigual. As classes média e rica conseguiram fazer uma poupança ao longo do ano passado. Não podiam viajar, frequentar bares e restaurantes, o que acabou convergindo para o consumo agora - diferente das famílias mais vulneráveis, que estão realmente com problema de renda, desemprego e inflação".

Para o País ter um crescimento consistente, será preciso incluir os mais pobres, nem que seja através de políticas compensatórias; caso contrário, o PIB não refletirá a situação de uma massa considerável da população do Brasil.

 

Antônio Eugênio, presidente eleito da Câmara Brasil- Portugal
Foto: Divulgação
Antônio Eugênio, presidente eleito da Câmara Brasil- Portugal

Câmara

PARCERIAS COM PORTUGAL

A Câmara Brasil-Portugal completou 20 anos de atuação no Ceará. A data coincidiu com um momento de acordos entre os governos brasileiro e português na área de Ciências e Tecnologia, abrindo possibilidades de negócios no mundo digital. Ontem, em entrevista ao Guia Econômico da Rádio O POVO/CBN, o presidente eleito da Câmara Brasil-Portugal, Antônio Eugênio Vieira Filho (foto), destacou as áreas que podem ser beneficiadas por parcerias e investimentos na instalação de cabos de fibra óptica: a indústria criativa, com o mercado de jogos, está entre elas, devido à alta conectividade e à baixa latência da melhor estrutura. Também devem ser fortalecidos os serviços em nuvem, a instalação de bases de dados, pesquisas e a área da saúde.


Rota pelo Pecém

DA CHINA PARA O PIAUÍ

O Complexo do Pecém se transformou em porta de entrada de produtos para a montagem de parques eólicos. Nos últimos dias, um navio desembarcou com materiais eólicos que fazem parte de um parque a ser construído no Piauí. A carga veio da China com 206 itens, composta de pás eólicas de 76 metros, geradores, nacelles, transformadores, torres, entre outros. Carlos Alberto Alves, gerente comercial da Tecer Terminais (empresa que integra o braço operacional do Pecém), explica que a movimentação é um exemplo da capacidade técnica do Complexo no manuseio de cargas eólicas em termos de importação e exportação.

Ouro

NEGOCIAÇÃO EM PATAMAR ALTO

O mercado do ouro permanece com negociações em um patamar alto. Os contratos para junho fecharam estáveis (em -0,02%), mas os valores continuam elevados (US$ 1.900). Eis um efeito dessa pressão inflacionária: o impacto dos preços na subida dos rendimentos do Tesouro americano e do avanço do petróleo. De terça-feira da semana passada até ontem, o ouro subiu de U$1.738/oz para U$1.900/oz.

Minério de ferro

IMPACTO DA DIPLOMACIA CHINESA

O ex-diretor da Agência Nacional de Mineração, Tomás de Paula Pessoa, chama a atenção para a flutuação dos preços do minério de ferro, em razão dos problemas de diplomacia com a China. A expectativa é de que esses preços se mantenham acima de US$ 150 a tonelada (estão sendo negociados atualmente na casa de US$ 180), o que pode incentivar projetos de porte médio e pequeno no Ceará.

Mercado em Viçosa

COBRE PODE PASSAR POR APAGÃO

Na avaliação de Tomás, vale também observar o comportamento dos preços do cobre, com uma forte demanda do mercado de baterias. Esse é um setor onde o analista prevê o desenrolar de um apagão, caso não haja um ajuste entre oferta e demanda.

Vale lembrar que o Ceará foi destaque na segunda rodada de disponibilidade de áreas para pesquisa e exploração mineral na Agência Nacional de Mineração (ANM), concluída em março. O Estado obteve o maior lance (R$ 850 mil) em uma área em Viçosa do Ceará, conhecida pelo seu potencial de exploração de cobre.

 

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