O mercado financeiro continua acompanhando as denúncias contra Jair Bolsonaro como risco político. As rachaduras na base de apoio do presidente reforçam a ideia de que o clima vai pesar mais ainda.

Ontem, o dólar subiu, mesmo com o feriado nos Estados Unidos. A moeda norte-americana teve uma oscilação positiva de 0,68%, fechando em R$ 5,088, e o Ibovespa caiu 0,55%, voltando ao patamar de 126 mil pontos. Os juros no mercado futuro também avançaram, por conta das previsões de escalada da inflação.

Os investidores seguiram olhando para Brasília, acompanhando as denúncias de prevaricação no caso da vacina Covaxin e mais um novo capítulo do esquema das rachadinhas, desta vez envolvendo diretamente o presidente.

Enquanto o mercado olha para esses indicadores e para os escândalos, o consumidor se preocupa com os preços na economia real e com o próprio bolso. O novo aumento da Petrobras (6,7% para a gasolina), somado à elevação de preço da energia elétrica, atinge áreas em que a população não tem defesa. Trata-se de um novo estrangulamento das contas, empurrando o consumidor para novos patamares de pobreza. Diante disso, o desenho do cenário para o segundo semestre passa a ser crítico, onde crescimento econômico não significa melhoria de vida. Ou seja, mesmo com perspectiva de aumento do PIB, se desenha maior aperto financeiro.

A economia é o coração de qualquer política. Não adianta favorecer um setor com benefícios se outros passam necessidade. A aposta do governo é na passividade da população, atônita diante da pandemia, mas até fome e miséria têm limites.

Superendividamento

REGRAS MAIS CLARAS

O economista e consultor Sérgio Melo avalia pontos considerados importantes na Lei do Superendividamento, que atualiza o Código de Defesa do Consumidor. Há avanços importantes na criação de regras, prevendo audiências de negociação entre credor e devedor; e instrumentos para conter abusos na oferta de crédito a idosos e vulneráveis.

Um ponto deve ser destacado: os bancos e financiadoras terão de informar o custo efetivo total, a taxa mensal efetiva de juros e os encargos por atraso.

Grupo Marquise

M. LAR EMPREENDIMENTOS

O Grupo Marquise lançou a M. Lar Empreendimentos, voltada para o mercado imobiliário, com foco no financiamento pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). O primeiro empreendimento da marca será próximo ao Lago Jacarey, com apartamentos de dois ou três quartos.

A diretora da Marquise Incorporações, Andrea Coelho, explica que o grupo segue a tendência de trabalho multimarca.

BNB

PARCERIAS PARA HIDROGÊNIO VERDE

O Banco do Nordeste (BNB) pretende fechar parcerias para financiar os projetos de hidrogênio verde, que exigem mais aporte de recursos; dessa forma, não seria comprometido o capital disponível para o microcrédito e outros setores.

Ontem, em entrevista ao programa Guia Econômico, da rádio O POVO/CBN, o presidente do Banco, Romildo Rolim, explicou que as expectativas de retomada da economia vêm desde o começo do ano, apesar da segunda onda da pandemia.

Exportações

TARIFAS MAIS PESADAS

O momento é bom para os exportadores, mas estudo da Confederação Nacional da Indústria aponta a falta de competitividade em função das tarifas cobradas. Conforme o levantamento, o Brasil é o terceiro entre os 18 países pesquisados com maior volume de cobranças. O documento também defende o avanço na agenda de acordos comerciais, principalmente no que se refere ao tratado entre Mercosul e União Europeia.

Planos de saúde

NÚMERO DE USUÁRIOS VOLTA A CRESCER

A venda de planos de assistência médica voltou a crescer. Pelos números divulgados ontem pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o setor totalizou 48.137.767 usuários em contratos com operadoras de saúde. No Ceará, os números também mostram uma evolução entre maio de 2020 e de 2021, passando de uma quantidade de 1.250.586 de usuários para 1.264.909. Esse valor poderia ser maior, caso os preços fossem mais acessíveis e a renda das famílias não estivesse tão achatada, principalmente neste período de pandemia.

Fórum

FORTALECIMENTO DOS NEGÓCIOS

A Câmara Brasil-Portugal no Ceará realizará um fórum para discutir o fortalecimento dos negócios. O evento ocorre nos dias 7 e 8 deste mês, de forma online, e tratará do ambiente de feiras e eventos, e de oportunidades na área de alimentação.