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Projetos de energia offshore entram em fase de materialização
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Colunista de Economia, Neila Fontenele já foi editora da área e atualmente ancora o programa O POVO Economia da rádio O POVO/CBN e CBN Cariri.

Projetos de energia offshore entram em fase de materialização

Seis projetos de energia offshore com pedidos de licenciamento no Ibama representam investimento de R$ 57 bilhões, segundo os cálculos do governo do estado
Tipo Opinião
O desenvolvimento do mercado de energia eólica offshore é uma das apostas para viabilizar hub de hidrogênio verde no Ceará (Foto: K. Hansen/Divulgação)
Foto: K. Hansen/Divulgação O desenvolvimento do mercado de energia eólica offshore é uma das apostas para viabilizar hub de hidrogênio verde no Ceará

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O Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico do Estado do Ceará (Sindienergia-CE) comemorou ontem a regulamentação da energia eólica offshore no País. Na avaliação das empresas do setor, essa é uma conquista extremamente relevante, que somada ao Marco Regulatório da Geração Distribuída e à regulamentação das usinas híbridas, são consideradas medidas essenciais para o direcionamento e transformação da matriz energética, possibilitando a oferta de energia mais abundante, no Ceará e no Brasil.

O diretor de Geração Centralizada do Sindienergia-CE, Luiz Eduardo Moraes, afirma que o Ceará, sozinho, numa faixa marítima até 45 km da costa avaliada pelo Atlas Eólico e Solar do Estado, conta com 117 GW de potência, em profundidade de até 50 metros, estando o maior potencial entre 20 e 30 metros, excepcional para uma empresa eólica offshore. "A grandeza deste dado pode ser medida com o atual volume implantado de energia eólica em todo o Estado, que é algo em torno de 2,5 GW", ressalta. Ou seja: seria um aumento potencial na casa de 4.680% na produção de energia eólica.

Com a regulamentação, o Ceará começa a vislumbrar um leque de novas oportunidades. O Estado possui uma carteira de R$ 57 bilhões em investimentos já protocolados para a constituição de seis parques eólicos em cinco municípios, com 866 turbinas. Entre as propostas, estão empreendimentos como o Asa Branca, Quair, Neoenergia e ABI Energia (esta, com dois projetos, um em Caucaia e outro em Camocim), além da chinesa Mingyang.

Ou seja: é um momento de transformação, que exigirá muito trabalho e cumprimento de novos cronogramas de negócios, além de um esforço de criação de infraestrutura.

Secretário Maia Junior(Foto: MAURI MELO/O POVO)
Foto: MAURI MELO/O POVO Secretário Maia Junior

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MUDANÇA NO PERFIL DE NEGÓCIOS

O secretário de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho, Francisco Maia Júnior, um dos arquitetos dessa história desde a criação do Porto do Pecém, informa que essa é uma largada para a exploração dos projetos offshore, mas que vários outros negócios devem vir juntos.

Com os pedidos de licenciamento das propostas, o estado tem condição de ser a vanguarda do setor, com atração de novas fábricas que "equivalem a uma Petrobras", pelos cálculos de Maia Júnior.

Energia offshore 2

ANDAMENTO DOS PEDIDOS DE LICENÇA

A secretária-executiva da Indústria na Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet), Roseana Medeiros, explica que foi iniciado na manhã de ontem o levantamento, junto aos empreendedores, sobre o andamento dos pedidos de licença. A perspectiva é de que, a partir de agora, os projetos comecem a abrir um novo leque de oportunidades. Inicialmente, devem ser implantados projetos-piloto. O clima é de otimismo, com a possibilidade ainda de duplicação da fábrica da Vestas e a vinda de novas indústrias para a produção de equipamentos, além de consultorias de negócios.

Também vale lembrar o exemplo de países como a Dinamarca, que tomou a decisão de suspender a produção de petróleo, com o encaminhamento das empresas de óleo e gás para o setor de energia. O Ceará toma agora um caminho semelhante; tentou conseguir refinarias de petróleo, não deu certo, e agora aproveita o seu melhor potencial: sol, vento e mar.

Rodada de negócios

PORTUGAL E INVESTIMENTOS

A Federação das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil inicia um novo ciclo de eventos, focado nas oportunidades comerciais e industriais entre Brasil e Portugal. Trata-se do projeto "Portugal - Negócios e Investimentos" que, nesta edição de 2022 reúne empresas como Osório de Castro & Associados, Terminais Portuários Ceará- Tecer, APSV Advogados e PDX Comércio e Representações, entre outras. Hoje, a partir das 11 horas, em evento online para convidados, haverá apresentação das possibilidades de negócios junto a empresas da região do Alentejo, com a participação de empresas filiadas às 18 Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil.

Nordeste

PODE FALTAR DIESEL

Funcionários da Petrobras denunciam a possibilidade de falta de diesel no Nordeste. Os problemas são decorrentes da privatização da Refinaria de Mataripe, que interrompeu a operação de uma das duas unidades de destilação por falta de petróleo para processamento. A informação fornecida por petroleiros é de que um navio carregado com grande volume de petróleo para abastecer a antiga Refinaria Landulpho Alves (RLAM), na Bahia, não conseguiu atracar porque seu calado é maior do que comporta a profundidade da região.

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