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Covid-19 força criação de feiras agrícolas online
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Colunista de Economia, Neila Fontenele já foi editora da área e atualmente ancora o programa O POVO Economia da rádio O POVO/CBN e CBN Cariri.

Covid-19 força criação de feiras agrícolas online

Tipo Opinião
De Assis Diniz, secretário do Desenvolvimento Agrário  (Fotos: Fabio Lima/O POVO) (Foto: FÁBIO LIMA/O POVO)
Foto: FÁBIO LIMA/O POVO De Assis Diniz, secretário do Desenvolvimento Agrário (Fotos: Fabio Lima/O POVO)

O Ceará teve este ano um dos melhores invernos da década, mas a comercialização da produção pelos pequenos produtores rurais está difícil. Com a proibição de feiras para evitar aglomerações, os principais canais de venda dos agricultores locais foram bloqueados. A alternativa criada pelo governo para minimizar as perdas e o risco de contaminação das famílias passa pela instalação de plataformas digitais de venda, mas o desafio é grande.

O secretário do Desenvolvimento Agrário, Francisco de Assis Diniz, fará hoje reunião com os secretários de agricultura dos municípios para pedir o apoio na introdução dos agricultores nessas ferramentas de acesso. Atualmente, cinco cooperativas participam da plataforma criada pelo governo, mas levantamento da SDA revela que pelo menos a metade dos 350 mil produtores da agricultura familiar utilizam ferramentas como Whatsaap, Facebook e outras redes sociais para se comunicar.

A questão é: essas redes também precisam ser vistas como canais de venda pelos agricultores. Ou seja, será preciso uma mudança cultural e de hábitos.

Produção

DIGITALIZAÇÃO FORÇADA

Diante dos riscos de contaminação, algumas alterações estão sendo forçadas em diversas áreas. Na área da agricultura familiar, o secretário Assis Diniz acredita que o processo de digitalização do campo será irreversível. Portanto, terá de ser feito agora, induzido por governos e lideranças do setor.

Utopia?

ENTRE O SONHO E A REALIDADE

A criação de feiras digitais ainda é vista como "utopia" por representantes do segmento agrícola. O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec), Flávio Saboya, explica que há uma produção parada que não pode esperar. Enquanto as soluções não conseguem se transformar em realidade, pequenos produtores apresentam dificuldades para comercialização. Um exemplo, segundo ele, está na área de queijo.

Moda íntima

IMPACTO DA PANDEMIA

Os polos brasileiros de confecções sofrem o impacto da pandemia. No Ceará, a área especializada de moda íntima, por exemplo, já calcula o índice de mortalidade das empresas. O presidente do Sindiconfecções, Elano Martins, destaca que 35% das 6 mil empresas do setor fecharam as portas de março até agora. "A produção está praticamente parada", ressalta.

Na área de confecção, a produção se deslocou para a fabricação de máscaras e jalecos que possuem autorização para operar, mas o impacto é gigantesco. "Nenhuma empresa do setor tem caixa suficiente para passar 60 dias sem receita", diz Martins.

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Faturamento

ATÉ 10% DO NORMAL

Muitas empresas da área de confecção já passavam por dificuldades antes da pandemia; com o isolamento social, os problemas se agravaram e, segundo levantamento do Sindiconfecções, 94% das companhias apresentam hoje faturamento entre zero a 10% do que era considerado um fluxo normal.

Algumas cidades sentem esse impacto, como é o caso de Frecheirinha, onde a produção de roupas era o setor mais relevante para a economia.

Indústria

QUEDA DE 49%

A queda na produção industrial foi sentida de uma forma dramática no País, havendo um recorde sem precedentes na história. A sondagem realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que, em abril, foram utilizados 49% da capacidade, o que representou uma redução de nove pontos em relação a março.

Brasil

PAÍS DE MAIOR INCERTEZA

O Brasil tem se transformado no País da imprevisibilidade. O Indicador de Incerteza da Economia Brasil (IIE-Br), calculado pela Fundação Getúlio Vargas, atingiu o pico da sua série histórica em abril deste ano (passando dos 200 pontos), impactado pela pandemia de Covid-19. O indicador é o maior entre outras 20 nações comparadas no mundo, que também sofreram com os efeitos do coronavírus.

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