Colunista de Economia, Neila Fontenele já foi editora da área e atualmente ancora o programa O POVO Economia da rádio O POVO/CBN e CBN Cariri.
Colunista de Economia, Neila Fontenele já foi editora da área e atualmente ancora o programa O POVO Economia da rádio O POVO/CBN e CBN Cariri.
Com a perspectiva de início da retomada da economia na semana que vem, será possível fazer uma análise mais real das mudanças causadas pela pandemia nas empresas. No caso da indústria cearense, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) calcula perda de 21,8% entre fevereiro e março. Os prejuízos certamente serão muito maiores, e todos os agentes públicos e privados precisarão seguir a mesma cartilha de ações neste recomeço para obter algum sucesso.
O presidente da Federação das Indústrias, Ricardo Cavalcante, já se reuniu com as direções de Caixa Econômica, Banco do Nordeste e Banco do Brasil para tentar destravar o crédito. A operacionalização das linhas de financiamento parece difícil até agora: o dinheiro simplesmente não chega, nem para os pequenos, nem para os grandes empresários.
O trabalho consiste agora em destravar esse crédito para fazer a economia girar. Ricardo Cavalcante destaca que será necessário um plano nacional, com a participação do estado, devendo entrar uma negociação sobre a condição de pagamento do ICMS. "Precisaremos de um plano para a retomada, porque ainda aparecerão os grandes problemas e gargalos", ressalta.
Crédito
Mesmo com o Governo Federal entrando como avalista de 85% das operações de crédito, os bancos não estão liberando os financiamentos sem garantias. Na avaliação de Ricardo Cavalcante, a União terá que emitir moeda ou dívida para liberar recursos, e fazer com que o dinheiro chegue na ponta para quem está precisando. "Já passou o mês e as empresas começam a ser negativadas. Essa é uma de nossas maiores preocupações", destaca.
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Indústria
Entre março e abril, a indústria cearense perdeu 10,5 mil empregados, o que representa 3% da força de trabalho no Estado. Esse número chega a 25 mil pessoas, juntando as outras atividades produtivas. O presidente da Fiec afirma que as ações serão voltadas para minimizar estas perdas.
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Retorno
Além de todas as questões estruturais das empresas, outro grande desafio é entender como reagirá o consumidor no período pós-pandemia. Ninguém, até o momento, é capaz de prever em qual velocidade as vendas voltarão.
PIB
Ontem, o IBGE mostrou a queda de 1,5% do PIB no primeiro trimestre. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que essa derrocada pode chegar a 5% em 2020. Ou seja: nada será fácil, embora deva ocorrer uma melhora entre julho e setembro em relação ao período que passamos agora.
A questão é: como será essa futura travessia, sem gerar um novo pico da Covid-19?
Campanha
A Fiec e a Fecomércio-CE realizarão ação conjunta no dia oito de junho, quando provavelmente um número maior de lojas do comércio do Centro e dos shoppings abrirá. Será lançada uma campanha para que os consumidores priorizem os produtos da agricultura, indústria, comércio e serviços locais.
Restaurantes
O presidente do Sindicato dos Bares e Restaurantes, Moraes Neto, ontem, em entrevista ao O POVO Economia, destacou as reivindicações do segmento. Depois de reação forte nas redes socais contra a forma como foi feito o isolamento social, os empresários da área estão concentrados agora nas negociações: querem reabrir dia oito, junto com parte do comércio e da indústria.
Moraes Neto diz que serão tomados todos os cuidados e que uma nova etapa de contaminação não interessa a ninguém.
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