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A difícil arte de escolher
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Neivia Justa, jornalista, empreendedora, palestrante, mentora, professora, fundadora e líder da JustaCausa, com 30 anos de experiência como líder de Comunicação, Cultura, Diversidade, Equidade e Inclusão em empresas como Natura, GE, Goodyear e J&J. Criadora do programa #LíderComNeivia e dos movimentos #OndeEstãoAsMulheres e #AquiEstãoAsMulheres, foi a vencedora do Troféu Mulher Imprensa e do Prêmio Aberje 2017 e, em 2018, foi eleita uma das Top Voices do Linkedin Brasil.

A difícil arte de escolher

Tipo Análise
Neivia Justa, jornalista, executiva e criadora do movimento #ondestãoasmulheres (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Neivia Justa, jornalista, executiva e criadora do movimento #ondestãoasmulheres

Esses últimos 17 meses não foram fáceis para ninguém. Tivemos que entrar em contato com nossos medos, vulnerabilidades e finitude.

Da noite para o dia, aquele mundo que conhecíamos e que, arrogantemente, achávamos que controlávamos, simplesmente deixou de existir.

E a realidade que nos diziam ser volátil, incerta, complexa e ambígua (VUCA) passou a ser frágil, ansiosa, não linear e incompreensível (BANI).

O caos que se instalou em nossas vidas nos obrigou a reconfigurar espaços, rotinas, processos, prioridades e papeis. Fez-se urgente aprender a viver no aqui e agora, que é tudo o que temos.

Para isso, tivemos que exercitar nossa consciência, autoconhecimento, presença, integridade física, sanidade mental e muita resiliência.

Viver esse primeiro ano de pandemia confinada com duas adolescentes, uma começando e a outra terminando o ensino médio, foi um contínuo processo de acolhimento, empatia, relativização e aprendizados.

Em muitos momentos me senti grata por ter sido adolescente num mundo analógico, local e infinitamente mais simples.

Como a vida era calma e nossas escolhas mais fáceis! O futuro era muito parecido com o passado, nossas referências mais longevas e educar novas pessoas, uma tarefa bem mais tranquila.

Escolher a faculdade, aos 17 anos, não era essa maratona de hoje.

Como consolar uma filha que teve seu último ano escolar cancelado, entre telas, longe dos amigos, num cenário da mais absoluta imprevisibilidade? Como acalmar um coração e uma alma juvenis, aflitos e ansiosos, por ter que fazer uma escolha tão incerta?

Eu sigo dizendo a ela que, por mais apavorante que seja renunciar a todas as alternativas, escolher é preciso. Porque pior do que escolher errado é não escolher. A vida é movimento. Quem se paralisa pelo medo não cresce, não avança nem evolui.

E sempre é possível rever e mudar escolhas. Em qualquer tempo. A única escolha definitiva nessa vida, que não permite arrependimentos, é a de ter filhos.

Uma vez mãe, para sempre mãe. Para todo o resto, se você ainda respira, sempre haverá um novo caminho, rota, alternativa, solução ou escolha possível. n

 

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