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Setembrando
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Neivia Justa, jornalista, empreendedora, palestrante, mentora, professora, fundadora e líder da JustaCausa, com 30 anos de experiência como líder de Comunicação, Cultura, Diversidade, Equidade e Inclusão em empresas como Natura, GE, Goodyear e J&J. Criadora do programa #LíderComNeivia e dos movimentos #OndeEstãoAsMulheres e #AquiEstãoAsMulheres, foi a vencedora do Troféu Mulher Imprensa e do Prêmio Aberje 2017 e, em 2018, foi eleita uma das Top Voices do Linkedin Brasil.

Setembrando

Tipo Opinião

Quem nasce e cresce no Nordeste brasileiro, como eu, bem do lado debaixo do Equador, tem pouca percepção das mudanças de estação. Só conhecemos o calor constante do verão e o “inverno” das chuvas, ou do “frio” de um fim de semana na serra de Guaramiranga, no Ceará, Garanhuns e Gravatá, em Pernambuco, por exemplo.

Num mês de maio da minha adolescência, vi pela primeira vez as cores e flores da primavera, no hemisfério norte desse nosso querido planeta Terra.

Desde que vim morar em São Paulo, há 28 anos, passei a ter uma vivência muita mais clara e marcada do outono, inverno, primavera e verão. Há dias em que tenho a sensação de viver as quatro estações ao mesmo tempo.

Aqui eu descobri que sou perdidamente apaixonada pelas inúmeras e frondosas árvores centenárias espalhadas pela cidade, com seus troncos imensos e suas raízes vigorosas que desafiam o concreto das calçadas e o asfalto das ruas. Em cada canto, uma lembrança da biodiversidade da nossa Mata Atlântica.

Para não dizer que não falei das flores, os ipês são um caso à parte. Nesse mês de setembro, eles floresceram tão intensos quanto efêmeros, todos ao mesmo tempo.

Segundo os meteorologistas, um fenômeno decorrente das mudanças climáticas que tornaram esse inverno paulistano especialmente frio e seco. Primeiro foram os amarelos. Agora os brancos. Colorindo nossa paisagem urbana de maneira encantadora, com duas cores da nossa bandeira.

Nessa semana que passou, senti saudade dos meses de setembro da minha infância em que nos vestíamos de verde e amarelo para marchar com a escola, nas comemorações do feriado da nossa independência. Em paz. Acreditando que juntos, e não divididos, muito menos polarizados, construiríamos o Brasil do futuro.

Em 2006, setembro ganhou um novo significado para mim quando a Julia, minha segunda filha, decidiu estrear nesse mundo bem no finalzinho do mês. Vida nova. Amor infinito.

Desde 2007, o Setembro Verde nos lembra sobre a importância da doação de órgãos para salvar vidas - mais de 43 mil brasileiros precisam de um transplante de órgão, o número de doadores diminuiu e a taxa de mortalidade de quem está na fila de espera aumentou de 10 a 30%, com a pandemia.

De 2014 para cá, o Setembro Vermelho nos educa sobre a prevenção de doenças cardiovasculares – segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), 300.000 pessoas, ou seja, uma pessoa a cada dois minutos, morre do coração no Brasil.

E, desde 2015, Setembro Amarelo, nossa campanha nacional de prevenção ao suicídio, nos alerta que somos o país mais ansioso do mundo e o quinto mais depressivo.

Setembro tem muitos significados para mim, assim como deve ter para você.

Fica aqui meu desejo de que ele seja um mês cheio de vida, cores e flores para todas e todos nós.

Foto do Neivia Justa

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