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Neivia Justa: Sem educação não há futuro
Neivia Justa

Neivia Justa: Sem educação não há futuro

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Tempos estranhos esses que vivemos.

Depois de 18 meses de pandemia, em que professoras e professores do Brasil inteiro tiveram que se reinventar, reaprender a dar aulas, criar formas de inspirar e engajar estudantes, de todas as idades, para garantir o ensino nesse modo remoto, urgente e imprevisível, o dia dos professores "passou batido". Onde estão os elogios, os agradecimentos, o reconhecimento tão humanamente necessários?

Esse Brasil que não valoriza nossas professoras e professores não me representa. Que futuro tem um país sem educação de qualidade? E que espécie de apatia, inércia, inconsciência, paralisia e descaso se abateu sobre nós que parecemos não nos importar com a falta de investimento no nosso sistema educacional e nas pessoas que dedicam suas vidas a incentivar a vontade de aprender de novas pessoas?

Há muito tempo eu entendi com a lógica empresarial que, se uma área não tem orçamento adequado e um time de pessoas com conhecimento e experiência, habilidades técnicas e socioemocionais, devidamente contratadas e remuneradas de maneira justa, para trabalhar nos seus projetos, essa área não é prioritária.

Segundo o Censo Escolar da Educação Básica de 2020, o Brasil tem 179.533 escolas públicas e privadas de Educação Básica, e um total de 47,3 milhões de alunos matriculados nessas escolas. Dos mais de 2,5 milhões de professores e professoras brasileiras, a grande maioria, 2,2 milhões, está na educação básica, 80% na rede pública e apenas 43% desses profissionais tem ensino superior com pós-graduação.

Para mero efeito de comparação, enquanto o jogador Neymar ganha R$ 3,3 milhões por mês para ser "cortês, pontual, simpático e disponível com o torcedor parisiense", nossos professores recebem, em média, o salário mensal de R$ 4.131,00.

É assim que valorizamos mestres que dedicam suas vidas para apoiar o desenvolvimento de nossas crianças e adolescentes, ajudar pessoas socialmente desfavorecidas e contribuir para a sociedade? Como diz a Malala, "uma criança, um professor, um livro, uma caneta podem mudar o mundo." Que invistamos em nossos professores e professoras! n

 

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