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O bom comportamento de Bolsonaro
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Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

O bom comportamento de Bolsonaro

Tipo Opinião

Quem quiser acreditar, acredite que a fase supostamente “paz e amor” do presidente Jair Bolsonaro permanecerá enquanto durar o seu mandato. Os crédulos são os mesmos daquela velha tese do governo apartado por uma linha intransponível entre “técnicos” e “ideológicos”, com os primeiros tocando os projetos e os segundos apenas batendo bumbo para a torcida.

A banda “boa” está tirando o time de campo: Sergio Moro (Justiça), Henrique Mandetta (Saúde) e, agora, o que parece ser o início de uma debandada na área econômica. Já pediram demissão o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida - considerado o fiador do ajuste fiscal -, e o presidente do Banco do Brasil (BB), Rubem de Freitas Novaes, que um dia sonhou ser apresentado ao mundo como o condutor da privatização do BB.

Quanto ao ministro da Economia, Paulo Guedes, seu maior investimento até agora tem sido em saliva: para explicar por que não entregou a mercadoria e prometer a entrega para a próxima semana. Sua última foi enviar ao Congresso um arremedo de reforma fiscal, que deverá ter o mesmo destino da proposta governamental para o Fundeb: a derrota.

Os crédulos, torcendo para Bolsonaro controlar a matraca, dizem que agora ele ganhou uma “sombra” para ajudá-lo nesse mister. Trata-se do almirante Flávio Rocha, nomeado secretário de Assuntos Estratégicos (mais um militar no governo): ele funcionaria como uma espécie de Lexotan presidencial. Segundo relatos, o perfil “discreto” e “apaziguador” do marinheiro tem ajudado a debelar incêndios e a evitar arroubos verbais do presidente.

Mas o fato inescapável é o seguinte: Bolsonaro não recuou por estar preocupado em ocupar a lanterninha da tabela classificatória dos piores chefes de Executivo do mundo. Porém, ao temor despertado pela prisão de Fabrício Queiroz e das investigações sobre sua família. Ele busca boias de salvamento. Uma delas, o Centrão; a outra é simular respeito aos demais poderes da República.

No entanto, sua a base raivosa - aquela que de fato o sustenta - deve estar em cima dos cascos, impaciente com o bom comportamento do chefe. E vai pressioná-lo. Assim, mais dia, menos dia, Bolsonaro voltará a jogar carne à feras.

 

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