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Eleição em Fortaleza será mais disputada que vestibular
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Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Eleição em Fortaleza será mais disputada que vestibular

Não será por falta de candidatos que o eleitor de Fortaleza deixará de votar nas eleições de novembro, que elegerá um prefeito (e seu respectivo vice) e 43 vereadores para compor a Câmara Municipal no período de 2021/2025. São 10 concorrente a uma vaga de chefe do Executivo e 1.361 nomes disputando um mandato como parlamentar.

Vereador: 32 candidatos por vaga
O negócio é mais concorrido do que vestibular (ou Enem): são 32 candidatos para cada vaga de parlamentar e uma para os 10 pretendentes ao cargo de prefeito. Para ser aprovado no Enem ou vestibular o candidato precisa submeter-se a provas que exigem boa dose de conhecimento nas áreas das ciências humanas, exatas e da natureza.

Especialistas em queixo
Porém, um candidato é isento de qualquer prova ou exame - e não lhe é exigido nenhum conhecimento específico para o cargo que ocupará. Desse modo, muitos deles tornam-se especialistas em passar o queixo nos eleitores. Apresentam-se como bons moços, “homem de família”, caçadores de marajás ou paladinos da moralidade contra a corrupção. Com Deus acima de todos, claro.

Esqueletos
Tudo isso apesar dos esqueletos no armário, que normalmente aparecem depois de terem sido eleitos, sem que o antigo campeão moral tenha uma explicação razoável para as encrencas do passado, como tramoia dos filhos ou dinheiro depositado em conta de parentas. É uma pegadinha antiga, mas muita gente acaba caindo nela.

Assim, a única prova a que o candidato é submetido é o voto popular, mas esse também não se baseia em conhecimento científico. O votante leva em conta questões mais subjetivas, não existindo “fórmula” matemática para chegar ao candidato ideal e nem questões de múltipla escolha nas quais apenas um item é o correto.

Tem gente que vota “por amizade”; outros por interesse pessoal; alguns corporativamente; diversos por “simpatia” e muitos votam por desespero “contra tudo o que está aí”. Poucos, penso eu, votam depois de uma análise mais substantiva do candidato ou pensando no interesse geral da sociedade.

Preparando a prova
Assim, na falta de uma “prova” para candidatos o eleitor poderia ele mesmo montar um processo de seleção para escolher em que votar. Levando em conta, por exemplo, a vida pregressa do candidato; se o seu discurso tem amparo na realidade; conhecer a sua atuação em favor da cidade e das pessoas (se já exerce algum cargo público); pesquisar quem patrocina sua candidatura; verificar o partido ao qual é filiado (se ele pula de galho em galho de acordo com as circunstâncias) e por vai.

Desse modo, ao lado de questões subjetivas, o eleitor poderá acrescentar uma certa dose de “ciência” para escolher seu candidato. Personagens para a sua pesquisa é que não faltam.

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