Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Depois da lambança realizada na Petrobras, na qual saiu humilhado Paulo Guedes, o ministro liberal da Economia, Jair Bolsonaro tentou consertar o estrago enviando ao Congresso medida provisória para a privatização da Eletrobras.
Fraquejada Depois da fraquejada estatista com a intervenção na petroleira, Bolsonaro levou uma surra do “mercado”, que o chantageou com a derrubada do índice das ações da companhia. Ele então retomou o discurso de campanha, garantindo a sua disposição em “enxugar o Estado”, afirmando que as privatizações estão a “todo vapor” .
Pantomima Para mostrar disposição, o presidente montou a pantomima de ir ao Congresso, acompanhado de uma turma de ministros, para apresentar a mensagem de privatização da Eletrobras. Ele, como sempre sem máscara, como também alguns de seus áulicos, péssimo exemplo em um país no qual já morreram mais de 248 mil pessoas atingidas pela Covid-19. O antigo posto Ipiranga entrou no convescote calado como um poste e saiu mudo como uma porta.
Teatro Bolsonaro já havia feito esse teatrinho quando atravessou a pé a Praça dos Três Poderes, com uma chusma de empresários, para dirigir-se ao Supremo Tribunal Federal (STF) — sem que a visita estivesse agendada — para pedir à Corte o afrouxamento das medidas de enfrentamento à pandemia decretadas por estados e municípios. Ou seja, um apelo em favor do coronavírus.
Prefeitos Falando nisso, em sua ânsia de demonstrar popularidade, Bolsonaro participou hoje do lançamento de um guia, destinado às administrações municipais, quando aglomerou-se (e muito) com prefeitos de várias cidades. Duzentos e sessenta alcaides compareceram ao evento, segundo a conta de seus apoiadores, que cantaram vitória pela presença maciça. A propósito, no Brasil existem mais de cinco mil municípios.
Chantagem Ainda no departamento de chantagem, a PEC Emergencial incluiu em seu texto o pagamento do auxílio emergencial, mas também a desvinculação do orçamento do percentual constitucional destinado à saúde e à educação. Porém, uma coisa não depende da outra, sendo apenas um ataque a esses dois direitos fundamentais dos brasileiros.
Maior obra Em compensação, como disse o colunista do O Globo (24/2/2020), Bernardo Mello Franco, Bolsonaro “está perto de concluir a maior obra de seu governo: a blindagem do filho Zero Um”. Nisso, de fato, ele vem tendo grande sucesso.
Fatos e personagens. Desconstruindo a política. Acesse minha página
e clique no sino para receber notificações.
Esse conteúdo é de acesso exclusivo aos assinantes do OP+
Filmes, documentários, clube de descontos, reportagens, colunistas, jornal e muito mais
Conteúdo exclusivo para assinantes do OPOVO+. Já é assinante?
Entrar.
Estamos disponibilizando gratuitamente um conteúdo de acesso exclusivo de assinantes. Para mais colunas, vídeos e reportagens especiais como essas assine OPOVO +.