Presidente da Caixa tem um retrato no porão, assim como outros "homens de bem"
Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
Presidente da Caixa tem um retrato no porão, assim como outros "homens de bem"
Essa "face oculta" é a verdadeira essência do governo do presidente Jair Bolsonaro, sob qualquer aspecto. O discurso sobre "família" é um escape para a incontinência política e moral.
Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal, em seus discursos pelo País, fazendo campanha eleitoral para o presidente Jair Bolsonaro, costuma referir-se à instituição como "família Caixa". Esses "homens de bem", defensores da "moral e dos bons costumes", que usam o nome de Deus (em vão) como escudo protetor de suas infâmias, têm a obsessão por se apresentarem como suprassumos da retidão, mas o próprio exagero os entrega.
Esses senhores, como já anotei mais de uma vez, têm um retrato no porão, como no "O retrato de Dorian Gray".
No romance, Oscar Wilde (1854-1900) conta a história de um jovem rico, que faz um pacto com o demônio, entregando-lhe a alma em troca de levar uma vida de devassidão, vícios e crimes, mantendo a beleza e a juventude, infensos à passagem do tempo. Enquanto isso, a pintura de seu rosto em um quadro é que envelhece, adquirindo as marcas de suas perversões, até a imagem virar um monstro.
Não é a primeira vez, nem será a última, que cairão esses hipócritas, como está acontecendo também com os "pastores do MEC", que comandavam um balcão de negociatas no Ministério da Educação. Utilizando Bíblias e quilos de ouro, agiam como vendilhões do Templo que, nos tempos de Jesus, ele tratava a chicotadas. Afinal a Bíblia é a palavra de Deus, confere? Portanto, não deveria ser objeto de trocas mundanas, muito menos de corrupção.
Mas essa “face oculta” é a verdadeira essência do governo do presidente Jair Bolsonaro, sob qualquer aspecto. O discurso sobre “família” é um escape para a incontinência política e moral, com os áulicos seguindo o chefe em sua misoginia, homofobia e preconceitos de toda ordem.
Papagaio de pirata, capacho de Bolsonaro, Pedro Guimarães é apenas mais um a cair do pedestal da realidade paralela construída pelo bolsonarismo, que desmorona quando defronta-se com a verdade inapelável dos fatos.
O presidente da Caixa Econômica Federal revelou-se um desqualificado, um assediador de mulheres, usando o seu poder para atacá-las sexualmente, conforme revelou, com depoimentos das assediadas, o portal de notícias Metrópoles.
Até a conclusão deste texto, ele continuava no cargo. Mas não deverá demorar muito por lá, graças à pressão da sociedade, pois se dependesse exclusivamente de seu chefe, provavelmente nada aconteceria.
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