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Centrão rachado, oposição fragmentada
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Plínio Bortolotti integra o Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Centrão rachado, oposição fragmentada

Será difícil colar os cacos da oposição, mesmo reconhecendo que a "megaoperação" no Rio de Janeiro deu um discurso para a direita se contrapor ao PT
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MINISTRO do Turismo Celso Sabino cogitou sair do governo, mas voltou atrás (Foto: Roberto Castro/Mtur/Divulgação)
Foto: Roberto Castro/Mtur/Divulgação MINISTRO do Turismo Celso Sabino cogitou sair do governo, mas voltou atrás

O ministro do Turismo, Celso Sabino, parece pouco preocupado com a possibilidade de ser expulso do União Brasil. Depois de ter anunciado sua saída da pasta, por determinação partidária, no dia 26/9/2025, continua na legenda e no ministério — e está feliz na COP30.

Ao mesmo tempo, aproxima-se cada vez mais do colo quentinho do presidente Lula, que ele vê como um padrinho de sua possível candidatura a senador no Pará, estado pelo qual é deputado federal licenciado.

Em entrevista à coluna da jornalista Thais Bilenky (Uol), ele prevê também que o "Centrão vai rachar", dividindo-se entre o apoio a Lula, "com maior ou menor adesão a depender do partido”. E que isso acontecerá quando as lideranças do Centrão perceberem “a força de Lula”. Para Sabino, o presidente será eleito no primeiro turno das eleições de 2026, independentemente de que sejam os adversários.

Segundo o ministro, entre os partidos do Centrão, o União Brasil e o Progressistas defendem a saída do governo. Outras siglas, como o PSD, Republicanos e MDB estariam mais divididos, entre apoiar Lula ou deixar o governo.

Os partidos que não apoiarem Lula, fatalmente terão de se aproximar do bolsonarismo se quiserem ter alguma possibilidade de vitória. E nas hostes bolsonarismo existe uma briga feira, que pode ser dividida em três correntes principais:

1. Linha dura
Disposta a enfrentar uma eleição sem aliança com outros partidos, com um Bolsonaro na cabeça de chapa. (Tese defendida por Eduardo Bolsonaro.)

2. Bolsonarismo light
Uma espécie de "bolsonarismo sem bolsonaro", cujo representante mais citado é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que poderia ter um Bolsonaro na vice.

3. Correndo por fora
Estão no campo conservador, buscam os votos bolsonaristas, porém querem evitar dependência de Bolsonaro: Romeu Zema (Novo), Ronaldo Caiado (União Brasil), Ratinho Júnior (PSD)

É uma fragmentação na qual será difícil colar os cacos, mesmo reconhecendo que a “megaoperação” no Rio de Janeiro deu um discurso para a direita se contrapor ao PT. No entanto, de pouco adiantará se esses setores não chegarem a um nome de consenso, competitivo, que dê cara a esse movimento.

Foto do Plínio Bortolotti

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