Logo O POVO+
Witzel x Bolsonaro: uma briga suja
Foto de Plínio Bortolotti
clique para exibir bio do colunista

Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Witzel x Bolsonaro: uma briga suja

Tipo Opinião
 Plínio Bortolotti (Foto: Camila de Almeida/O POVO)
Foto: Camila de Almeida/O POVO Plínio Bortolotti

De um sujeito que se junta a uma escória desqualificada para quebrar uma placa em homenagem a Marielle Franco - e comemorar o feito, pode-se esperar qualquer coisa. O nome dele é Wilson Witzel, foi juiz de direito, atualmente governa o estado do Rio de Janeiro. O presidente Jair Bolsonaro - hoje às turras com o antigo aliado -, tem a mesma natureza. Portanto, vamos assistir a uma briga suja.

Witzel foi eleito governador louvando Bolsonaro; era amigão de Flávio Bolsonaro. E, sem o apoio do hoje senador, filho do presidente, nunca teria sido alçado à chefia do Executivo fluminense. Seria um desconhecido, lembrado como um candidato nanico e tristemente folclórico.

Agora, se enfrentam no octógono político - e a coisa está assim: 1) o governador é investigado por suspeita de corrupção pela Polícia Federal (PF), mas nega qualquer irregularidade. 2) Bolsonaro apressou-se a dizer que ficou sabendo da operação Placebo "pela mídia", para afastar qualquer suspeita de que ele tenha interferido na PF.

A situação somente poderia ser considerada adequada - a um País que se pretende sério - se as declarações de ambos fossem verdadeiras. No entanto, há fortes indícios contrariando os dois testemunhos.

Quanto a Witzel, a investigação envolve também o escritório advocatício da mulher dele, que presta serviços ao empresário Mário Peixoto, fornecedor do governo. Personagem conhecido da PF, Peixoto tem uma folha-corrida iniciada no governo de Sérgio Cabral. Mesmo sem irregularidades, é no mínimo inadequado a relação comercial da primeira-dama com empresa que faz negócios com o governo do marido.

Quanto a Bolsonaro, a sua fiel escudeira, Carla Zambelli, antecipou que haveria operações da PF "na agulha" para investigar governadores. A entrevista dela à Rádio Gaúcha foi na segunda-feira, no dia seguinte, a PF visitou Witzel.

Alguém tem dúvida de que Bolsonaro seria capaz de interferir na PF para lascar seus adversários, antes de alguém f…. sua família e amigos? Esse é o típico caso em que nenhum dos dois tem razão. Witzel pode ter culpa no cartório, mas isso não afasta a possibilidade de interferência de Bolsonaro, pelo menos no ritmo e no tempo de lançar as operações. 

 

Foto do Plínio Bortolotti

Fatos e personagens. Desconstruindo a política. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?