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Ceará perde mais de mil empresas do setor de turismo em seis meses de pandemia
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Editor-executivo de Economia, é especialista em Teorias da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará e mestre em Psicologia pela Universidade de Fortaleza. É vencedor de vários prêmios de jornalismo, como o Petrobras, Anac e ABCR.

Ceará perde mais de mil empresas do setor de turismo em seis meses de pandemia

No Brasil, de março a agosto, foram fechados 49,9 mil estabelecimentos do setor. As maiores perdas foram em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, segundo dados da CNC
Tipo Notícia
As perdas mais significativas foram observadas nos serviços de alimentação fora do domicílio, como bares e restaurantes (Foto: Fabio Lima)
Foto: Fabio Lima As perdas mais significativas foram observadas nos serviços de alimentação fora do domicílio, como bares e restaurantes

O turismo cearense perdeu 1,1 mil empresas — com vínculos empregatícios — de março a agosto deste ano, de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC). No Brasil, durante esses seis meses de pandemia, foram fechados 49,9 mil estabelecimentos ligados ao setor.

Todas as unidades federativas registraram prejuízos, mas os estados com as maiores perdas foram São Paulo (-15,2 mil), Minas Gerais (-5,4 mil) e Rio de Janeiro (-4,5 mil). O Ceará aparece na 11ª colocação do ranking nacional.

O presidente da CNC, José Roberto Tadros, diz que a maior parte das atividades que compõem a cadeia do turismo brasileiro segue ainda sem perspectiva de recuperação significativa nos próximos meses.

Dificuldades para a retomada

“A aversão de consumidores e empresas à demanda, somada ao rígido protocolo que envolve a prestação de serviços desta natureza, tende a retardar a retomada do setor”, observa. Até o fim de 2020, a entidade projeta saldo negativo de 42,7 mil estabelecimentos em todo o território nacional.

O surto de Covid-19 no País afetou estabelecimentos de todos os portes, mas os que mais sofreram foram os micros (-29,2 mil) e pequenos (-19,1 mil) negócios. As perdas mais significativas foram observadas nos serviços de alimentação fora do domicílio, como bares e restaurantes (-39,5 mil), hospedagem em hotéis, pousadas e similares (-5,4 mil) e transporte rodoviário (-1,7 mil).

Impacto nos empregos

Com menos estabelecimentos com vínculos empregatícios, o turismo também sofreu em relação à empregabilidade. Em seis meses de pandemia, foram eliminados 481,3 mil postos formais de trabalho, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

“A destruição destas vagas representou uma retração de 13,8% no contingente de pessoas ocupadas nessas atividades. E na média de todos os setores da economia, a variação relativa no estoque de pessoas formalmente ocupadas cedeu 2,6%”, afirma Fabio Bentes, economista da CNC responsável pela pesquisa.

Os segmentos de agências de viagens (-26,1% ou -18,5 mil) e de hotéis, pousadas e similares (-23,4% ou -79,9 mil) registraram os cortes mais intensos. A CNC calcula que, em sete meses (de março a setembro), o turismo nacional perdeu R$ 207,85 bilhões.

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