Regina Ribeiro é jornalista e leitora voraz de notícias e de livros. Já foi editora de Economia e de Cultura do O POVO. Atualmente é editora da Edições Demócrito Rocha
Regina Ribeiro é jornalista e leitora voraz de notícias e de livros. Já foi editora de Economia e de Cultura do O POVO. Atualmente é editora da Edições Demócrito Rocha
Este período de pandemia nos trouxe uma enxurrada de programas culturais de excelente qualidade. Muitos dos filmes e lives e debates e espetáculos de teatro que vi nesses dias não os veria jamais, talvez. Se por um lado, a Cultura no País, do ponto de vista político, implodiu completamente, artistas individuais ou por meio de coletivos, equipamentos culturais e instituições que promovem a cultura lançaram mão da tecnologia e não há nada que não esteja ao alcance de um celular.
A seguir, um pequeno inventário da ótima programação que descobri durante a quarentena.
Para quem estava morrendo de saudade de ir ao teatro, não deixe de entrar no site do teatro PetraGold (teatropetragold.com.br) e verificar a programação com transmissão online, que começa neste, sábado, 4, com a peça Os Vilões de Shakespeare, que por sinal, está com ingressos esgotados para a estreia virtual, mas ainda tem disponibilidade para os outros dias.
Ao todo, são cerca de 30 espetáculos que se deslocaram do mundo real para o virtual. Casa sessão comporta até 1 mil pessoas, e você poderá escolher entre monólogos, musicais, dramas, comédias. O ingresso custa R$ 10. Ainda no quesito teatro, o Sesc-SP está disponibilizando espetáculos no seu canal no YouTube. É gratuito.
Se o assunto for cinema, fica difícil até dar uma sugestão. Mas assisti a alguns filmes genais pelo Itaú Play, entre eles o maravilhoso Alice Guy Blaché: a história não contada da primeira cineasta do mundo. Vi também o drama do diretor Emin Alper, O conto das três irmãs, e Pacarrete, do Alan Deberton, certamente um dos filmes mais sensíveis que vi nos últimos tempos. O acesso ao Itaú Play se dá pela plataforma Looke. O ingresso custa R$ 10.
Aproveite para ver os filmes disponíveis do Festival Varilux de Cinema. São filmes de algumas das últimas temporadas do festival, mas a seleção está primorosa e todos os filmes são gratuitos. As exibições vão até o próximo mês de agosto.
Estão lá o Agnus Dei, de Anne Fontaine; Luta de classe, uma comédia sob medida francesa de Michel Leclerc; O filho de Joseph, de Eugène Green; O mistério de Henri Pick, de Rémi Bezançon, entre muitos outros.
Se o assunto for literatura, o mar está muito para peixe. Há uma oferta incrível de encontros com escritores no canal da editora Companhia das Letras. Trata-se do festival Na Janela. Além de literatura, discute-se política, história, racismo, a vida em tempos de pandemia. Um dos melhores que eu assisti sobre sonhos com os escritores Ailton Krenak e Sidarta Ribeiro.
Na Casa do Saber, uma seleção de cursos é um convite para conteúdos complementares de possíveis leituras feitas. Uma dica é começar com "Afinal, o que pensam as mulheres?", com a filósofa Marilena Chauí.
Se quiser pode ir direto para algumas delas estão disponíveis: "Hannah Arendt", com Yara Adario Frateschi; "Angela Davis", com Jaqueline Conceição e ainda “Simone de Beauvoir", "Judith Butler", "Martha Nussbaum".
No jornalismo também há novidade. E você encontra aqui mesmo no O POVO+, uma plataforma de jornalismo e entretenimento lançada em maio passado, uma ótima oferta de conteúdos culturais e jornalísticos.
Deixo como dica o curta-metragem O último cinema do bairro, que conta a história do Cine Nazaré, no bairro Parque Araxá. O guardião dessa memória é Seu Vavá, o personagem narrador e apaixonado por cinema.
Veja também o documentário Cearenses torturados na ditadura, e conheça a Cacique Pequena, primeira mulher cacique do Ceará com o documentário A mulher na terra encantada. Pequena lidera a aldeia dos Jenipapo-Kanindé, em Aquiraz.
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