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Mario Frias, Secretário Nacional dos Posts
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Regina Ribeiro é jornalista e leitora voraz de notícias e de livros. Já foi editora de Economia e de Cultura do O POVO. Atualmente é editora da Edições Demócrito Rocha

Mario Frias, Secretário Nacional dos Posts

Após o quarto ocupante oficial, a Secretaria Nacional da Cultura vê sua estrutura de pessoal técnico qualificado e seus investimentos para a área minguando a cada dia
Tipo Opinião

A Secretaria Nacional da Cultura (SNC) está no quarto ocupante oficial. Em 21 meses de governo Bolsonaro cada secretário passa, em média, cinco meses na pasta. Mas, isso é estatística. O primeiro secretário, Henrique Pires, deixou a SNC em sete meses, porque discordou da decisão do governo de suspender editais da Ancine que abordavam a temática da diversidade sexual.

Após dois interinos João Paulo Martins (19 dias) e Ricardo Braga (57 dias), assumiu a SNC o dramaturgo Roberto Alvim. Alvim chegou ao poder prometendo uma grande revolução nacional no teatro.

No entanto, será lembrado apenas por chamar a atriz Fernanda Montenegro de “sórdida e mentirosa”, gravar um vídeo incorporando a estética e o discurso nazistas e ser expurgado em 70 dias de gestão. João Paulo Martins volta como interino por mais um mês.

Regina Duarte toma posse na Secretaria em dia 4 de março de 2020. Depois de namoro e noivado, o casamento como gestora pública da Cultura, propriamente dito, durou 96 dias. Saiu após negar a ditadura militar e gravar um vídeo que une impressionismo e surrealismo, no qual ela pergunta se Bolsonaro a está “fritando”. O presidente diz que “não”. E despacha Regina para um cargo inexistente na Cinemateca de São Paulo.

Dia 23 de junho passado, o ator Mario Frias assume a Secretaria. Em exatas 115 manhãs, as ações concretas deste rapaz foram gravar um vídeo da série de gosto duvidoso Um povo heroico, no museu do Senado Federal; chamar o humorista Marcelo Adnet de “criatura imunda” e “bobão”, bloquear críticos nas redes; e, agora, tomar a histórica decisão de deliberar sobre todos os posts das mídias sociais de todos os órgãos da Cultura do País: Funarte, Biblioteca Nacional, Ibram, Fundação Casa Rui Barbosa, Iphan etc.

Em comum, cada um desses personagens foi peça importante para o projeto deste governo de acabar com a pasta, desde o dia 1º de janeiro de 2019.

Um a um contribuiu para desmontar a estrutura de pessoal técnico capacitado da área; minguar a atuação das políticas públicas do setor; e desnutrir a gestão em termos de recursos. No último dia de agosto, foi a público a decisão do Ministério da Economia de bloquear R$ 50 milhões para os órgãos da Cultura, inviabilizando projetos em andamento.

Realmente, Frias parece ter apenas humoristas e posts de mídias sociais para administrar.

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