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O Trem volta aos trilhos
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O ex-jogador Sérgio Redes, ou

O Trem volta aos trilhos

Embora morra de medo de pegar essa "gripezinha" que já matou mais de 120 mil brasileiros, vez por outra dou um pulo na barraca do guaraná em pó na Beira Mar. Fazem ponto ali alguns amigos, e, entre eles, três torcedores do Ferroviário, Waldemar Gomez, Seu Chico e Fred Montenegro.

Comum aos três, além do amor pelo clube, a satisfação com o momento atual da equipe. Segundo o Waldemar, dá gosto ver o time jogar. Os resultados confirmam o seu otimismo. Quatro jogos, três vitórias, uma derrota, dez gols pró e dois contra. Está em segundo lugar no seu grupo.

E não pensem que o grupo é fácil: Santa Cruz-PE, Remo-PA, Paysandu-PA, Botafogo-PB, Treze-PB e Vila Nova-GO têm tradição no futebol brasileiro e milhares de adeptos. Completa o grupo Jacuipense, da Bahia, Imperatriz, do Maranhão, e Manaus, de Amazonas.

Embora esteja otimista e satisfeito com o rendimento da equipe, o técnico Marcelo Vilar alerta para o investimento pesado que clubes de massa, e, portanto, de grande apelo popular, deverão fazer no segundo turno para tornarem suas equipes mais competitivas.

Esse time atual foi armado por Vilar, diz o Waldemar Gómez. E completa: "O do ano passado também. Vinha muito bem na Série C. Um convite para trabalhar no São Caetano levou-o para São Paulo. O time sentiu os efeitos de sua saída e caiu de produção".

Fui técnico do Marcelo no juvenil do Ceará. É tranquilo! Diferentemente dos técnicos de outros clubes, ele carrega uma aura na cabeça e leva consigo sempre um discreto orgulho disfarçado numa humildade franciscana. Para alguns, só falta o passarinho pousado no ombro.

O Ferroviário ganha com isso. Seus torcedores ilustres, dentro e fora do Estado, sempre estiveram mais para a paz do que para a guerra. Os ex-governadores Lúcio Alcântara e Gonzaga Mota são Ferrim. Paulinho da Viola vibrava no Castelão quando os corais tocavam a buzina que anunciava a passagem do trem.

Aliás, devo a essa buzina o nome de um livro que escrevi. Estava num show de Caetano Veloso no Parque do Cocó. Volta e meia, a buzina tocava. Entre uma música e outra, Caetano elogiou o Ferrim e pediu para pararem. alegando que nem tudo era futebol. Ouvi e decidi: "Nem tudo é futebol".

Foto do Sérgio Redes

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