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De Canhoteiro a Léo Chú: procura-se um ponta-esquerda
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O ex-jogador Sérgio Redes, ou

De Canhoteiro a Léo Chú: procura-se um ponta-esquerda

Tipo Crônica
Léo Chú brilhou com a camisa do Ceará na Série A 2020 (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves Léo Chú brilhou com a camisa do Ceará na Série A 2020

Espero que os alvinegros encontrem um substituto para o Léo Chú. É como procurar uma agulha num palheiro, mas dependendo do tamanho da lupa e da sensibilidade no olhar pode ser possível encontrar alguém com as características de seu futebol.

Poderiam anunciar no jornal: procura-se um jogador veloz, com muita força explosiva, canhoto, habilidoso, que saiba driblar para dentro e para fora e quando receber a bola no terço final do campo, derive para a linha de fundo em busca de um cruzamento.

Essa era a marca registrada do antigo ponta esquerda. Tivemos vários! Um deles foi o maranhense Canhoteiro. Wilton Bezerra, nosso comentarista maior, contou que ele chegava à Praça do Ferreira vestido com camisa social e com sapato duas cores bico-fino.

Colocava uma tampinha no chão. Batia de leve com o bico do sapato e a tampinha subia. Dava um toque com a parte superior do sapato, daí jogava para a coxa e com a coxa impulsionava-a para o alto enquanto ajeitava o bolso da camisa para que a tampinha caísse dentro.

Jogava no América-RJ, mas não ficou muito tempo porque foi embora para o São Paulo de onde chegou à seleção brasileira. Zizinho, extraordinário jogador da seleção brasileira de 1950 e considerado um dos maiores jogadores brasileiros de todos os tempos, foi meu técnico no Ceará.

Perguntei: "Mestre, diga o nome de um jogador." "Canhoteiro!" "Por quê?". "Recebia a bola onde a linha do meio campo toca na lateral. Saia driblando e eu acompanhando por dentro. Quando ele chegava à linha de fundo, vinha o cruzamento, e eu nem precisava ajeitar o corpo".

O canhoto já era diferente no tempo em que o futebol se apoiava nos especialistas. Há algum tempo o que se convencionou chamar de futebol moderno vem desprezando os especialistas. Hoje em dia, o jogador deve ser capaz de executar funções ofensivas e defensivas.

Pois o Léo Chú é desse tipo. Joga às antigas e às modernas. Pesquisei no Youtube. E tome gols, dribles e assistências. E mais, quando o time está sem a posse da bola ele recompõe o sistema defensivo marcando os adversários. Procura-se alguém parecido.

 

Foto do Sérgio Redes

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