O ritual é conhecido pelos ouvintes e pelos telespectadores. Minutos antes do inicio das partidas os locutores escalam as equipes e detalham o sistema tático a ser utilizado. No rádio a explicação leva tempo. Na televisão a imagem se encarrega da informação.

Cada jogo tem sua história e varia também por conta do sistema tático. A tática é um conjunto de manobras ofensivas e defensivas que são utilizadas de acordo com o potencial e as deficiências do adversário. A definição vale tanto para uma equipe como para a outra.

O sistema é a distribuição dos jogadores e sua configuração é expressa por números que significam a quantidade de jogadores que ocupam determinadas faixas do campo. O sistema 4-3-3 tem quatro jogadores na defesa, três no meio campo e três no ataque.

Poderíamos listar outros sistemas para exemplificar, e, se somarmos o número de jogadores da um total de dez. O goleiro não conta no sistema. Segundo a concepção da época o goleiro estava ali para pegar a bola com a mão ou com os pés e não deixa-la entrar.

Por conseguinte não exercia nenhuma manobra ofensiva. O primeiro goleiro que ousou desafiar isso foi o Rogério Ceni. Tem gente que babou quando o goleiro alemão Manoel Nóia saia da meta para fazer uma cobertura dos zagueiros ou saia jogando com a bola nos pés. Rogério Ceni fazia isso há anos, e, além da cobertura dos zagueiros, e, dos passes de longa distância com perfeição, fazia gols. Segundo a Wikipédia os registros da FIFA apontam 119 gols em partidas oficiais. 59 gols de falta. 69 gols de pênalti, e um gol com a bola rolando.

Natural que passando a ser técnico estimulasse seus goleiros a jogar com os pés e fizessem parte das manobras ofensivas. Por isso foi buscar Felipe Alves que é craque com a bola nos pés. Seu goleiro trocava passes com volantes e zagueiros até aparecer um espaço para um lançamento. Essa manobra assustava muito os torcedores porque não se está acostumado a ver o goleiro ficar trocando passes na sua intermediária. Eu aplaudia porque via naquilo uma proposta inteligente de jogar futebol. No sistema 1-4-2-4 de Rogério Ceni o goleiro conta porque tem funções táticas.